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Três consagradas analisaram a carta que Francisco dirigiu aos jovens.

Fazer o acolhimento “adequado”, dar “voz, vez e lugar aos jovens” e falar numa linguagem “aterrada” são atitudes apontadas por três consagradas a propósito dos desafios lançados na carta do Papa Francisco aos jovens.

Elisabete Puga, Cooperadora da Família, sentiu que a carta que Francisco escreveu quer ‘’centrar a acção da Igreja perante os jovens” e para isso entende que tem de haver um reforço na pastoral do acolhimento.

“Sinto que o Papa colocou essa expetativa nos jovens, para serem transformadores da sociedade; acredita na sua força e não só no desejo mas na capacidade de marcar a diferença e fazer a mudança neste mundo”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.

Para a leiga consagrada já há algum caminho a ser feito, apesar da “rigidez ainda presente”.

“Há algum receio de olhar para os jovens, que têm muitos ideais e podem não conseguir passar ao real, é um caminho a fazer. Acredito numa Igreja do acolhimento, numa pastoral do acolhimento aos jovens, para terem espaço e crescerem na fé.”

“Um dos grandes desafios desta carta é que não tenhamos medo de aprender com os mais jovens”, salientou a consagrada.

Já para Ida Videira, Irmã Doroteia há sete anos, entende que, com esta carta, Francisco quer dar atenção aos jovens, “escutar o que querem para a Igreja e para o Mundo, como querem construir que a Igreja”.

“Eu acredito que a Igreja está preparada para ouvir os jovens: quer dar voz, vez e lugar aos jovens; claro que a Igreja também terá medos e receios mas a audácia da juventude pode trazer novas formas de trabalho em conjunto”, frisou.

A consagrada apontou ainda que “há uma sede de encontrar a vocação para a vida num mundo de vazios, e de silêncios”.

“Essa sede da descoberta do horizonte de escolhas consciente, maduro, que não se esgote, que não seja precário, há esse desejo porque ninguém quer ser amado pela metade”, destacou.

Por seu lado Paula Jordão, da Fraternidade Missionária Verbum Dei, considerou a “carta muito especial, com uma linguagem acessível a todos, em que se abrem caminhos novos”.

“Chegamos aos jovens através de uma vida coerente; vivendo essa alegria chamamos a atenção, não é preciso a Bíblia na mão, mas que a nossa forma de viver possa ser simples, evangélica e amiga; os jovens precisam de uma linguagem próxima e aterrada, no sentido de chegar até eles de forma simples”, explicou.

Na sua perspectiva sente que não há receitas para este caminho a ser feito, “com e para os jovens” mas confessa que é “necessário perguntar o que não entendem ou não acreditam, que dúvidas têm, escutá-los, e só depois falar-lhes numa linguagem que entendam”.

“Julgo não haver receitas mas seria por exemplo o caminho das artes, a música, e depois de sairmos para ir ao encontro de onde eles estão, sem medos”.

Esta carta integra o material de preparação para o sínodo dos bispos que vai decorrer em 2018 e versar sobre o tema “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Este último ponto foi ainda tema de abordagem com as consagradas que sentem que há uma “sede de procura” por parte dos jovens mas muitos não abordam propriamente a questão vocacional.

“Os jovens não procuram uma vocação de vida, tudo está delineado, controlado, com o Erasmus ou o curso de mestrado, parece que o Mundo se torna pequeno, e a pergunta’ ao que sou chamado’ esvai-se”, referiu Paula Jordão.

“Há caminhos diversos para o chamamento vocacional e torna-se fundamental o acompanhamento, sem separação entre pastoral juvenil e vocacional, para ajudarmos a perceber os jovens que são chamados à vida e ao amor”, disse Elisabete Puga.

 G.I./Ecclesia:SN

CategoryIgreja, Pastoral

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