D. António Luciano dos Santos Costa nasceu a 26 de março de 1952, em Corgas, freguesia e paróquia de Sandomil, concelho de Seia, Distrito e Diocese da Guarda. O mais velho de sete irmãos, frequentou a Escola de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, em Coimbra, e trabalhou como enfermeiro nos Hospitais da Universidade (HUC). Depois de cumprir o serviço militar, em Moçambique, retomou funções no mesmo hospital, completando a formação em Enfermagem. Iniciou o percurso para a formação sacerdotal no ISET (Coimbra), aos 28 anos de idade, prosseguindo os estudos no Seminário da Guarda. Foi ordenado diácono a 8 de dezembro de 1984 e padre a 29 de junho de 1985, na Catedral da Guarda.
Em 1987, foi para Roma estudar Teologia Moral, na Academia Alfonsiana. Integrou a Comunidade do Pontifício Colégio Português e concluiu a licenciatura com uma dissertação sobre o pensamento e obra de Bernard Haering: “Ser Livre em Cristo, Projecto Responsável do Homem”. Fez estudos em Bioética, no Centro de Bioética da Faculdade de Medicina, Hospital de Santa Maria.
Em outubro de 1989, iniciou funções como professor de Teologia Moral no Seminário Maior da Guarda e de Deontologia Profissional e Ética na Escola de Enfermagem, funções que exerceu até ao ano académico de 2011. Na Equipa Formadora do Seminário Maior foi diretor espiritual, responsável pelo Secretariado das Vocações e Pré-Seminário, colaborou na capelania do estabelecimento prisional e foi professor de Educação Moral e Religiosa Católica no Colégio Diocesano de São José. Foi ainda docente de Teologia Moral no Instituto Superior de Teologia das Beiras e Douro, com sede em Viseu, e também deu aulas de Doutrina Social da Igreja, Ética e Bioética no Pólo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa. Foi capelão do Instituto Politécnico da Guarda.
Foi vice-postulador da Causa de Beatificação e Canonização do Venerável Servo de Deus, D. João de Oliveira Matos, que foi bispo auxiliar da Guarda. Nomeado juiz do Tribunal Eclesiástico para as Causas de Beatificação e Canonização dos Veneráveis Servos de Deus Monsenhor Joaquim Alves Brás e Beata Rita Amada de Jesus, foi também diretor do departamento diocesano das Missões.
A partir de janeiro de 1991, foi pároco de várias paróquias, primeiro no arciprestado da Guarda e depois no da Covilhã, onde criou uma capelania na Universidade da Beira Interior.
Em setembro de 2009, foi nomeado Capelão Coordenador do Hospital da Guarda, em 2010, vigário episcopal para o Clero e diretor da Casa Sacerdotal Diocesana da Guarda e, em 2012, cónego da Sé da Guarda.
Foi nomeado Bispo de Viseu a 3 de maio de 2018, sendo a ordenação episcopal a 17 de junho na Sé da Guarda. A 22 de julho deu-se a entrada solene na diocese de Viseu, tendo tomado posse, perante o Colégio dos Consultores, no dia anterior.

 

 

BRASÃO
A Palavra de Deus ocupa o lugar central do Brasão. A Bíblia é fonte de vida e de graça. A Palavra do Senhor é espírito e verdade. O Livro aberto significa que a primeira missão do Bispo é ensinar e anunciar a alegria do Evangelho a todos. O Alfa e o Omega falam-nos da pessoa de Jesus Cristo, Aquele que nos revela a Palavra criadora e misericordiosa do Pai, o que na “água viva” nos oferece o Espírito que santifica.
Os rios de água viva evocam o rio Alva e o Mondego, cujas águas descem da serra para banharem a Beira Alta e depois se misturarem na imensidão do mar. Mistério incomparável de amor, comunhão e de unidade.
O brasão tem duas cores. O azul e o amarelo. O azul revela o acto criador de Deus. Lembra o firmamento do céu, a vida nova em Cristo Ressuscitado e o desejo de “aspirar às coisas do alto” (Col 3, 2), a glória de Deus. Evoca a figura de Maria de Nazaré, a Mulher do tempo novo, a Senhora do Fiat. A Serra da Estrela, a mais alta, aparece como símbolo de uma meta a atingir, de uma espiritualidade cristã a escalar. A neve branca, pura e cristalina, aponta o ideal das Bem-Aventuranças. “Felizes os puros de coração porque verão a Deus” (Mt 5, 8). A vocação cristã é uma experiência de vida, de serviço, de amor, de entrega, um caminho de santidade a atingir por todos e em cada dia. A Estrela, coroada ao centro em fundo azul, mostra-nos Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, a Estrela da “Nova Evangelização”, a Senhora da Assunção, a Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos, que, com o seu manto de graça, de luz e de virtude, nos protege.
O amarelo lembra a Igreja que está no mundo como luz e sinal de salvação para construir o Reino de Deus entre os homens.
Na parte superior, o granito cortado evoca a beleza arquitetónica, única e singular das catedrais. Os traços, em figura de montanha, lembram os pontos mais altos da Sé da Guarda, que nos desafiam a fazer um caminho para Deus.
A Candeia acesa é Cristo, luz do mundo. Ele veio para iluminar a humanidade e dissipar as trevas do erro. Ela é sinal da fé viva dos cristãos. “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 14). O símbolo da Enfermagem representado na candeia acesa recorda o serviço na promoção e defesa da vida humana, e a entrega abnegada aos doentes e a todos os que sofrem. Recorda também ao Bispo que Ele deve iluminar, vigiar, cuidar e estar próximo do seu rebanho, imitando a Cristo o Bom Pastor, o bom Samaritano da humanidade.
“FIAT VOLUNTAS TUA” – é uma prece da oração do Pai-Nosso.