Num diálogo misterioso profundo entre a escuta de Deus ― em quem tem início qualquer vocação ― e a resposta humana, a vocação ao presbiterado, por ser dom de Deus para a humanidade, requer que se realize na verdade e na liberdade. Cada uma das etapas que a seguir se sintetiza propõem-se não como um mero suceder de experiências letivas (não bastando passar de ano), mas de uma aquisição de consequências práticas que garantam uma vivência madura do acolhimento da graça presbiteral contida no Sacramento da Ordem e no acolhimento fraterno do Presbitério Diocesano. Esta nova forma de enunciar as etapas é-nos sugerida pela nova Ratio Fundamentalis da pontifícia CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, intitulada “o Dom da Vocação Presbiteral”.

 

NA DIOCESE DE VISEU:

― A sensibilização para a escuta e resposta

É a etapa que acontece no contexto onde nasceu e cresceu o rapaz. Decorre do amor cristão familiar e promove-se com a ajuda da catequese paroquial da infância e da adolescência. É uma tarefa da Pastoral Vocacional diocesana.

― O acompanhamento propedêutico

Acontece no âmbito do Seminário em Família que constituiu cada família onde se coloca a possibilidade do crescimento no amadurecimento da vocação sacerdotal de um dos filhos, com o apoio do pároco e de um sacerdote da equipa do Seminário, segundo um conjunto de encontros que podem evoluir para uma experiência de vida comunitária propedêutica, até que os frutos do discernimento confirmem possibilidade de avançar para o Seminário Interdiocesano.

 

NO SEMINÁRIO INTERDIOCESANO DE S. JOSÉ, EM BRAGA:

― O discipulado (1º e 2º anos)

A experiência e a dinâmica do discipulado – que, como já foi observado, dura por toda a vida e abarca toda a formação presbiteral – exige pedagogicamente uma etapa específica, na qual se apliquem todas as energias possíveis para enraizar o seminarista na sequela Christi, ouvindo a Sua Palavra, guardando-a no coração e colocando-a em prática. Este tempo específico é caracterizado pela formação do discípulo de Jesus destinado a ser pastor, com uma especial atenção para com a dimensão humana, em harmonia com o crescimento espiritual, ajudando o seminarista a amadurecer a decisão definitiva de seguir o Senhor no sacerdócio ministerial e no acolhimento dos conselhos evangélicos, de acordo com as modalidades próprias desta etapa. (Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, n. 62)

No final desta etapa, prevê-se que, mediante um discernimento espiritual, cada aspirante peça livremente a Admissão entre os candidatos às Ordens Sacras..

― A configuração com Cristo (3º, 4º, 5º e 6º anos)

A etapa dos estudos teológicos, ou da configuração, é orientada, de modo particular, para a formação espiritual própria do presbítero, em que a configuração progressiva a Cristo torna-se uma experiência que suscita na vida do discípulo os próprios sentimentos e comportamentos do Filho de Deus; ao mesmo tempo, ela introduz na aprendizagem da vida presbiteral, animada pelo desejo e amparada pela capacidade de oferecer-se a si mesmo no cuidado pastoral do Povo de Deus. Esta etapa possibilita o gradual enraizamento da fisionomia do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, dá a vida por elas e vai à procura das ovelhas que estão fora do redil (cf. Jo 10, 14-17). O conteúdo desta etapa é exigente e requer muito empenho. Exige-se, de fato, uma responsabilidade constante no viver as virtudes cardeais, bem como as teologais e os conselhos evangélicos, e no ser-se dócil à ação de Deus através dos dons do Espírito Santo, segundo uma perspetiva claramente presbiteral e missionária; além de uma gradual releitura da própria história pessoal, segundo um coerente perfil de caridade pastoral, que anima, forma e motiva a vida do presbítero. (Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, n. 69)

É durante esta etapa que cada candidato, mediante o discernimento espiritual, é chamado a pedir livremente a Instituição nos Ministérios de Leitor e de Acólito.

 

Contactos:

www.seminariointerdiocesanosj.pt