Diretora da Pastoral da Cultura de Bragança-Miranda.
A Igreja Católica em Portugal conta com vários setores como a pastoral juvenil, a cultura e a saúde onde as mulheres têm responsabilidade de liderança seja a nível nacional como diocesano, testemunhos partilhados pelo Dia Internacional da Mulher.
No nordeste transmontano, o Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura da Diocese de Bragança-Miranda foi assumido neste ano pastoral 2016-2017 por uma mulher que que “dar voz à cultura”.
Maria de Fátima Lourenço Pimparel afirma que o convite do bispo diocesano, D. José Cordeiro, foi “apreendido como sinal de abertura” da Igreja Católica à participação dos leigos e, em particular “à sensibilidade feminina”.
“A resposta ao desafio passou, desde logo, pela escolha da equipa, onde figuram mais dois elementos femininos”, revela no artigo de opinião publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA dedicado ao Dia Internacional da Mulher.
Para a diretora do Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura ser mulher “não significa” que faça melhor mas está certa que significa que faz diferente.
“Esse é o grande desafio das mulheres na Igreja: fazer diferente”, destaca Maria de Fátima Lourenço Pimparel.
Na Diocese de Bragança-Miranda, para além do Secretariado da Pastoral da Cultura, também o Turismo tem como responsável uma mulher.
Já a diretora do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, nomeada em 2015, explica que esta é uma caminhada composta por reuniões regulares locais e nacionais, organização de eventos diocesanos, elaboração de itinerários espirituais, visita a grupos, entre muitos outros encontros e participações.
Cláudia Lourenço assinala que as atividades na pastoral juvenil se realizam em paralelo com a vida paroquial, familiar e profissional, como gestora de eventos.
“É um desafio constante, que põe à prova o famoso «multitasking» feminino, mas que é único porque forma e transforma. Se, em alguma altura, me faltam as forças, acho que faço como a maioria das mulheres: penso muito antes de agir”, desenvolve.
No artigo que tem como título tem a passagem de São Mateus “recebestes de graça, dai de graça”, a diretora do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa observa também que na Igreja Católica há muitos chamamentos: “Haja tempo, fé e vontade suficientes para os abraçar!”
Na área da saúde mental, a provincial das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração refere que o exercício da liderança numa instituição de caráter religioso e de saúde “é uma arte cada vez mais difícil”, pelas progressivas exigências de cada um destes âmbitos.
A irmã Sameiro Magalhães explica que a liderança pessoal é, também, enriquecida por colaboradores e outras religiosas, “mulheres de olhos abertos para a realidade”.
“Os maiores desafios atuais consistem em proporcionar à pessoa doente a assistência integral a que tem direito, com a exiguidade de recursos económicos de que dispomos, bem como assegurar a sustentabilidade das obras e a identificação institucional dos colaboradores”, acrescenta sobre o serviço e missão que as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração prestam à Igreja Católica e à sociedade.
No contexto do Dia Internacional da Mulher, assinalado hoje, o mais recente Semanário ECCLESIA partilha testemunhos de mulheres com responsabilidades em instituições católicas em Portugal, a nível nacional e diocesano; o dossier é introduzido por duas intervenções do Papa Francisco.
G.I./Ecclesia:CB/OC