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Conferência Episcopal Venezuelana convocou dia de oração e jejum.
A Cáritas Italiana decidiu enviar um donativo de 500 mil euros para a Venezuela, denunciando a “dramática” situação da população, afetada por uma crise económica e política.
O alerta é lançado pela organização católica num dossier intitulado ‘Não ouvidos. Um povo exausto pede os seus direitos fundamentais’, citado hoje pelo jornal do Vaticano.
A ação da Cáritas concentra-se agora na ajuda para bens alimentares, de higiene e saúde em prol de 4800 famílias residentes em dez dioceses venezuelanas.
De acordo com dados do Observatório da Cáritas Venezuela, com uma inflação já acumulada de 700 por cento, a pobreza já afetou 82 por cento da população.
“Há uma necessidade urgente de respostas que não sejam de violência e repressão, especialmente em relação aos mais jovens, que não têm nada para comer, nem podem comprar medicamentos e outros géneros de primeira necessidade”, refere a nota divulgada pelo ‘Osservatore Romano’.
Em 2016, mais de 11 mil crianças faleceram por falta de medicamentos e a mortalidade materna aumentou cerca de 70%, adianta a Cáritas.
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) convocou para sexta-feira um dia de oração e de jejum pela liberdade, justiça e paz na Venezuela, para “pedir a Deus que abençoe os esforços dos venezuelanos” rumo à convivência fraterna no país.
Os bispos católicos recordam que a nível diocesano e paroquial foram realizadas outras iniciativas deste tipo, durante as quais “milhares de pessoas manifestaram a sua fé através de procissões, vigílias de oração, terços, para pedir a Deus o seu apoio neste momento crucial”.
A CEV lançou esta semana um apelo “urgente” ao Governo, exigindo que acabe com a “repressão desumana” das manifestações de protesto que decorrem no país sul-americano.
Os bispos pediram a anulação da Assembleia Nacional Constituinte, considerando esta proposta do Governo, em minoria no Parlamento, como “indigna” e “desnecessária”.
A Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição é maioritária, aprovou uma consulta popular para este domingo, admitindo-se que uma forte adesão dos eleitores leve à convocação de uma greve geral.
Já o presidente Nicolás Maduro nega as acusações da oposição em relação à repressão de direitos e garantias da população, acusando países estrangeiros de interferência nos assuntos do país.
Mais de 90 pessoas foram assassinadas na Venezuela desde Abril, no âmbito de protestos a favor e contra o Governo do presidente Maduro.
A Cáritas Portuguesa já ofereceu à congénere venezuelana a sua “solidariedade e disponibilidade” para ajudar a população daquele país, sobretudo os mais necessitados.
G.I./Ecclesia:OC

CategoryIgreja, Pastoral

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