Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

O cardeal-patriarca de Lisboa defendeu ontem o celibato dos sacerdotes católicos, rejeitando a possibilidade de “abandonar” ou “abrandar” a disciplina atual.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) respondia, em conferência de imprensa, a várias questões sobre este tema, na sequência de notícias que envolvem o pároco do Monte, na Diocese do Funchal, por este ter alegadamente sido pai de uma criança.
“Tem de se verificar com o sacerdote em causa qual é a situação, qual é a disposição, com certeza também com as responsabilidades que tem de assumir em relação à criança que nasceu”, assinalou.
O cardeal-patriarca sublinhou que os casos concretos são tratados diretamente pelo “respetivo bispo”.
D. Manuel Clemente apoiou a posição tomada pela Diocese do Funchal, admitindo que o sacerdote possa vir a continuar o seu ministério, “na fidelidade ao celibato, sem vida dupla”.
O responsável assinalou que situações similares acontecem “fora da conjugalidade”, no matrimónio, e observou que também nestes casos de “infidelidade”, as “responsabilidades têm de ser assumidas”, mas a continuação da vida sacerdotal ou conjugal prossegue quando há “vontade de arrepiar caminho e fazer as coisas com mais consciência e responsabilidade”.
D. Manuel Clemente pediu respeito por todas as pessoas envolvidas, particularmente “no interesse das próprias crianças”, também do “ponto de vista mediático”.
“A criança sabe e saberá quem é seu pai”, observou.
O cardeal-patriarca assinalou, a respeito de propostas relativas a um celibato facultativo, que se pode levantar o problema de uma certa “diluição do perfil sacerdotal”
“O padre é um sinal vivo do que era a vida de Cristo, que escolheu não formar uma família para ser familiar de todos”, uma nota sacramental que é sublinhada na tradição latina, seguida pela maioria dos católicos em todo o mundo.
D. Manuel Clemente afirmou, por isso que “não abandonaria” nem “abrandaria” a “apologia do celibato”, assumido “como ideal e como prática”.
A Assembleia Plenária da CEP estudou as mais recentes orientações do Vaticano sobre a formação dos novos padres, destacando o “cuidado” com a dimensão humana e afetiva dos candidatos ao sacerdócio.
As indicações dos últimos anos desaconselham “vivamente” a admissão dos candidatos homossexuais, considerando esta decisão como “uma medida de prudência”.
“Não é preciso tomar mais medidas do que aquelas que já estão previstas”, declarou o presidente da CEP, sublinhando que “cada vez mais há um acompanhamento psicológico das vocações”.
“O celibato é para todos”, disse ainda, após ser questionado sobre a possibilidade de existirem sacerdotes com orientação homossexual.
Da Santa Sé chegou a proposta de “tempo propedêutico” de elucidação das questões globais que têm a ver com a vida do sacerdócio, antes do início do percurso final de formação em Filosofia e Teologia.
G.I./Ecclesia:OC

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