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Fátima Almeida, copresidente do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, realça apelos do Papa.
A copresidente do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) participou no “encontro histórico” que o Vaticano promoveu com movimentos de trabalhadores e sindicatos e destaca do Papa Francisco o apelo “à solidariedade, à justiça, à inclusão”.
“Os frutos da terra e trabalho são para todos e devem chegar a todos de forma justa. Aquilo que temos e alguns em excesso faz falta a milhões que não têm nada para viver”, disse hoje a portuguesa Fátima Almeida, em declarações à Agência ECCLESIA.
Para a copresidente do MMTC, a mensagem do pontífice apela “à solidariedade, à justiça, à inclusão”, sublinhando a preocupação com as pessoas e as mudanças nas estruturas políticas e económicas.
No encontro de dois dias (23 e 24 novembro) promovido pelo Vaticano estavam representantes dos vários continentes com situações concretas que “deve interpelar a todos” como a “economia informal, falta de acesso aos bens, fome, guerra”, em África, na Ásia, na América Latina.
Do texto, “muito claro e objetivo” do Papa Francisco, a entrevistada realça também que a vida não pode ser só trabalho, que “deve servir para a pessoa viver com dignidade”, mas também tempo de “festa”.
“Festa que inclui a família, o tempo livre, a cultura, a própria espiritualidade e o descanso”, observou.
A prevista audiência pontifícia com as organizações sindicais acabou por não se realizar, devido aos preparativos da viagem do Papa a Mianmar e Bangladesh, onde já se encontra até ao dia 2 de dezembro.
Segundo Fátima Almeida as reações foram “muito positivas” e sentiu que “na maioria houve compreensão” com os participantes a manifestarem “alegria” por estarem próximos do Papa, que fala “muito da dimensão do trabalho, do papel dos sindicatos”.
Para a copresidente do MMTC, é uma “alegria” sentir a “solidariedade de sindicalista” com a Igreja Católica pela dimensão do Papa “trabalhar por um mundo mais justo”, uma sociedade que integra tudo e todos, “pessoas e ambiente”.
“Apesar de diferentes caminhos e pensamentos estamos unidos numa sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou.
Segundo Fátima Almeida, é necessário criar um “paradigma diferente”, de se fazer do trabalho um tempo de “desenvolvimento integral das pessoas e da sociedade”, sem esquecer o meio ambiente.
Neste contexto, salientou ainda o apelo a que sindicatos e movimentos sejam “criativos” e não tenham apenas o objetivo de “reivindicar para os seus associados”, mas façam “justiça juntos”, por todos que “vivem situações de injustiça e exclusão”.
“A maioria dizia que era necessário darem esta dimensão às suas tarefas”, desenvolveu.
Com o tema ‘Da Populorum Progressio à Laudato si. O trabalho e o movimento dos trabalhadores no centro do desenvolvimento integral, sustentável e solidário’, a iniciativa do Vaticano apresentou o mundo laboral como “chave” para o desenvolvimento na era da globalização.
O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, explica a copresidente, continua a ter na trilogia “trabalho, teto e terra” a sua linha de ação para os próximos quatro anos.
Fátima Almeida assinalou que o movimento defende a criação de uma proteção, através de um salário social, de uma renda básica, enquanto não tem trabalho que lhe dê “sustentabilidade económica sem passar fome ou apoios fragilizados”.
A UGT Portugal – União Geral de Trabalhadores também participou sendo representada pelo secretário-geral, Carlos Silva, e pelo secretário-executivo, José Cordeiro.
G.I./Ecclesia:CB/OC

CategoryIgreja, Pastoral

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