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Papa Francisco recorda experiência mal sucedida em finais de 2016.

O Papa afirmou hoje que o Vaticano está disponível para mediar a crise política na Venezuela, desde que as duas partes o solicitem.

Francisco falava, em conferência de imprensa, no voo entre Abu Dhabi e Roma, confirmando ter conhecimento de uma carta de Nicolás Maduro, a pedir a sua intervenção.

“Antes da viagem, soube da chegada de uma carta de Maduro, com o envelope diplomático. Eu não li ainda, esta carta que chegou, e vamos ver o que pode ser feito. Mas, para que ocorra uma mediação, é necessária a vontade de ambas as partes, que as duas peçam”, referiu aos jornalistas.

Portugal reconheceu esta segunda-feira a legitimidade de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, juntando-se a vários outros governos da Europa, numa posição contestada por Nicolás Maduro.

O Papa considerou que uma eventual medição é o “último” dos vários passos que a diplomacia pode dar, recordando que já anteriormente houve uma intervenção da Santa Sé, no qual “a montanha pariu um rato”.

Em finais de outubro de 2016, o Governo e a oposição na Venezuela encontraram-se para conversações mediadas pela Igreja Católica, com o empenho particular do Papa Francisco, que enviou como seu representante o arcebispo italiano D. Claudio Celli.

A iniciativa contou então com a presença do presidente Nicolás Maduro e do secretário-geral da MUD (Mesa de Unidad Democratica), Jesús Torrealba.

Na altura, o Conselho Nacional Eleitoral tinha bloqueado a realização de um referendo à continuidade de Maduro na presidência da Venezuela, num momento em que a oposição tinha conquistado a maioria no Parlamento.

Além de D. Claudio Celli, a Santa Sé teve como mediador no processo de diálogo na Venezuela o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Argentina, D. Emil Paul Tscherrig, como recordou o Papa.

Francisco disse hoje que está “sempre disposto” a mediar as crises, desde que todas as partes em causa o solicitem.

A Igreja Católica na Venezuela apelou esta segunda-feira ao fim do que considerou uma repressão “moralmente inaceitável”, pedindo a convocação de eleições que permita uma transição política.

“É moralmente inaceitável a crescente repressão por motivos políticos, a violação dos Direitos Humanos e as detenções arbitrárias e seletivas”, refere um comunicado conjunto, divulgado em conferência de imprensa pela Conferência Episcopal Venezuelana, a Confederação de Religiosos e Religiosas da Venezuela (CONVER) e o Conselho Nacional de Leigos.

Nestas declarações aos jornalistas, o Papa assinalou ainda que encontrou “boa vontade”, durante as reuniões privadas com líderes dos Emirados, para o início de um processo de paz no Iémen.

“Eu falei sobre essa questão, mas apenas com algumas pessoas”, referiu Francisco, que no domingo tinha abordado o tema em público, ainda no Vaticano.

G.I./Ecclesia:OC

CategoryIgreja, Papa, Pastoral

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