Conferência Episcopal espera «participação ativa» nos próximos atos eleitorais.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse, na terça-feira, em Fátima que a Igreja Católica espera uma “participação ativa” nos próximos atos eleitorais, recordando o “documento de fundo” que publicou em abril, sobre este tema.
“O apelo é de sempre: é que as pessoas tenham uma participação ativa e a participação ativa é votando, mas para votar é bom que conheçam bem todos os projetos”, referiu o padre Manuel Barbosa, em conferência de imprensa, após a reunião mensal do Conselho Permanente da CEP.
A Conferência Episcopal publicou em abril o texto intitulado ‘Um olhar sobre Portugal e a Europa à luz da Doutrina Social da Igreja’, valorizando a “paulatina ultrapassagem da crise” e alertando para a “quebra de investimento na saúde e na educação”.
O padre Manuel Barbosa sublinhou que este documento quis ser um contributo da CEP, como “voz da Igreja”, num ano de eleições (Europeias, Regionais na Madeira e Legislativas), para salientar quatro valores fundamentais do pensamento social católico: dignidade humana, bem comum, solidariedade e subsidiariedade.
O secretário da CEP deixou votos de que “todos os cidadãos participem neste ato tão importante na democracia em Portugal”, a respeito das próximas Legislativas, de 6 de outubro, realçando que “o voto é sempre pessoal, livre, responsável e consciente”, fruto de um “correto discernimento”.
No final do mês de agosto, o organismo episcopal divulgou no seu site oficial o documento sobre a chamada “ideologia do género,” publicado em 2013, no qual se questiona a “difusão” da mesma no ensino, bem como os vários documentos sobre a Eutanásia, rejeitando a sua eventual legalização em Portugal.
Segundo o padre Manuel Barbosa, o objetivo foi promover um “esclarecimento sobre estas temáticas, afirmando as posições” da Igreja Católica, desejando que essas reflexões sejam “tidas em conta” na hora do voto e na próxima Legislatura.
“O contributo da Igreja continua afirmando esses princípios, que estão em documentos”, acrescentou.
O Conselho Permanente da CEP deixou votos de congratulação pela próxima canonização do beato Bartolomeu dos Mártires, “pelo que significa para a Igreja em Portugal, as dioceses onde esteve e para a Igreja universal”, bem como pela nomeação cardinalícia de D. José Tolentino Mendonça, um gesto de “confiança” do Papa Francisco na sua pessoa e de “consideração” pelo país.
A CEP saudou ainda a nomeação do novo núncio apostólico, D. Ivo Scapolo, considerando que o mesmo conta “com a confiança do Papa Francisco” e o “aval da República Portuguesa”.
“O Conselho confia no seu trabalho entre nós”, declarou o padre Manuel Barbosa.
Em outubro, a Igreja Católica em Portugal vai promover uma “grande celebração” pelo mês missionário extraordinário, nos dias 19 e 20 de outubro, em Fátima, assinalando ainda os 175 anos do Apostolado da Oração em Portugal.
Ainda para 20 de outubro está marcada a inauguração de monumento a D. António Barroso (1854-1918), missionário e bispo do Porto, em Cernache do Bonjardim, dedicado à missionação portuguesa.
A próxima Assembleia Plenária da CEP, de 11 a 14 de novembro, vai debater, entre outros temas, a tradução portuguesa do Missal Romano, e os preparativos em curso para a Jornada Mundial da Juventude que Lisboa acolhe em 2022.
G.I./Ecclesia:OC