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Celebrações marcam calendário litúrgico no arranque de novembro.
O Papa Francisco convidou os católicos a celebrar a solenidade de Todos os Santos e comemoração dos Fiéis Defuntos, nos dias 1 e 2 de novembro, respetivamente, com a “esperança” na ressurreição
“Como dizia São João Paulo II, estes dias convidam-nos a dirigir o nosso olhar para o Céu, meta da nossa peregrinação terrena. Ali nos espera a comunidade festiva dos Santos, ali nos encontraremos com os nossos caros defuntos, pelos quais agora se eleva a nossa oração. Vivamos o mistério da comunhão dos santos com a esperança que brota da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo”, declarou, na audiência pública desta semana, que decorreu na Praça de São Pedro.
A santidade, que a Igreja Católica assinala a 1 de novembro de forma especial, é um dos temas centrais do pontificado do Papa Francisco, que propõe um modelo cristão de felicidade como alternativa ao consumismo, à pressa e à indiferença face ao outro.
“Se não cultivarmos uma certa austeridade, se não lutarmos contra esta febre que a sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas, acabamos por nos transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e provar”, referiu, no documento intitulado ‘Gaudete et Exsultate’ (Alegrai-vos e exultai), divulgado em 2018.
A exortação apresentou-se como um “apelo” renovado à santidade, proposta radical de vida.
“O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”, sublinhava Francisco.
O Papa defende na sua exortação apostólica uma vida cristã “austera e essencial”, centrada nas ‘Bem-aventuranças’ propostas por Jesus nos Evangelhos.
“Jesus sublinha que este caminho vai contracorrente, a ponto de nos transformar em pessoas que questionam a sociedade com a sua vida, pessoas que incomodam”, escreve.
Francisco sustenta ainda que a santidade é uma “luta constante contra o demónio”, o qual considera “mais do que um mito”.
“Não pensemos que [o diabo] é um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos. O demónio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios”, alerta.
A ‘Gaudete et Exsultate’ foi a terceira exortação apostólica do Papa Francisco.
Ainda em 2018, o pontífice presidiu à comemoração dos Fiéis Defuntos no Cemitério Laurentino de Roma, onde rezou em silêncio junto de campas de bebés por nascer ou mortos no parto, tendo depositado flores junto dos mesmos.
“Hoje é um dia de memória, o passado. Um dia para lembrar aqueles que caminharam, antes de nós, que nos acompanharam, que nos deram a vida. Recordar, fazer memória; e a memória é que faz forte um povo, porque se sente radicado num caminho”, declarou.
A comemoração de todos os Fiéis Defuntos remonta ao final do primeiro milénio: foi o Abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.
G.I./Ecclesia:OC

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