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Observatório Pastoral

Maria, figura do advento, é apresentada com base nas escrituras. Se no Novo Testamento temos um relato direto, da sua presença e da sua forma de agir, no Antigo Testamento, esta leitura é feita de forma simbólica e prefigurada.

Pela análise dos textos do Antigo Testamento verificamos que estes, embora de forma indireta, nos falam de Maria, e que à luz da Encarnação de Cristo, são entendidos como figura da Mãe de Jesus. Seja Eva, a primeira mulher, «mãe dos viventes», pela qual entrou no mundo a morte e por Maria a Vida; seja Débora, que pela sua perseverança e oração conduziu o povo de Israel à vitória; seja Rute que, sendo estrangeira, pelo seu zelo, foi recompensada e permitiu que gerações mais tarde, da sua família, nascesse David; seja Ana, que consagrou Samuel ao Senhor, e pelo nascimento de seu filho, canta o primeiro «Magnificat»; seja a esposa do Cântico dos Cânticos, como jardim fechado e fonte selada, todas estas mulheres, são figura de Maria, e apontam-nos para dimensões da maternidade de Maria de Nazaré. Também a sarça, que Moisés vê arder sem se consumir, o velo que Gedeão estende, e nele cai o orvalho da Graça divina, a arca, sinal da Aliança de Deus com a Humanidade, e a visão de Isaías, texto lido no Advento, representam e aplicam-se a Maria, à sua Humildade, Virgindade, Maternidade, Entrega e Confiança no Senhor.

No Novo Testamento, que se interpreta à luz do mistério da Encarnacão, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, considera-se a presença e atitude de Maria nos vários episódios dos acontecimentos da vida de Jesus. Neste aspeto, são relevantes os acontecimentos da Anunciação do Anjo e a resposta de Maria, Visitação a Isabel acontecimento pelo qual vemos que Deus visita o Seu povo, Nascimento de Jesus em que Maria, mesmo sem condições prepara um espaço para Jesus; Apresentação no templo, em que como Maria somos convidados a meditar no coração as Bodas de Caná, em que como Maria somos chamados à ação; a presença de Maria junto á Cruz de Jesus, em que como Maria somos convidados a olhar com esperança para as dores da nossa vida e o Pentecostes, em que como Maria somos chamados a reunirmo-nos em oração para depois anunciarmos Cristo. A partir destes acontecimentos, apercebemo-nos da humildade de Maria, a sua entrega e confiança no Senhor, a sua Virgindade, a sua maternidade física e espiritual, a sua presença orante na Igreja e a sua intercessão pelos filhos. Todos somos chamados a aprender de Maria estas virtudes e a pô-las em prática neste Advento.

É ainda relevante a visão do Apóstolo João, descrita no capítulo 12 do livro do Apocalipse. Visto não ser um episódio de ação ou presença direta de Maria, é interpretado como uma visão de Maria, na Jerusalém celeste, sendo também um espelho da Igreja.

Que a Figura de Maria nos ajude a viver melhor o tempo do Advento, e que como Ela aprendamos a dizer o nosso “faça-se“ à vontade de Deus de vir para ficar connosco.

Eduardo Abrantes, Seminarista em estágio Pastoral

 

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