Organismo que assinala 25 anos de atividade preparou um conjunto de iniciativas para envolver a sociedade civil.
A celebração dos 25 anos da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (EAPN Portugal), no dia 17 de outubro, vai ser uma ocasião para abrir novas perspetivas na luta contra este problema.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização destaca como objetivo “fazer da luta contra a pobreza um desígnio nacional” e “conhecer a fundo o retrato da Pobreza em Portugal e os muitos rostos que compõem esta realidade.
Entre as iniciativas que vão decorrer na próxima segunda-feira, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, destaca-se um seminário / debate “Pobreza de Economia ou Economia de Pobreza”, que vai decorrer no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, a partir das 14h00.
Um evento que reunirá um conjunto de economistas para refletir sobre a realidade portuguesa, os seus principais desafios e que tipo de respostas a dar, tendo em conta “os modelos macroeconómicos” mais “recentes”.
Crescimento sustentável e inclusivo, boas práticas sociais, e o desafio das migrações e alterações demográficas serão alguns dos temas em debate, numa iniciativa que contará com a presença de Manuela Ferreira Leite, Guilherme d’Oliveira Martins, Rui Rio, Manuela Silva e Teodora Cardoso.
Para a EAPN Portugal, é “de extrema importância” envolver a sociedade civil nestas questões, de modo a que “estes assuntos sejam do domínio público e que a sua resolução seja assumida por todos”.
Está também em curso a campanha “A POBREZA NÃO”, um projeto que reúne 10 fotografias e 5 mensagens que sensibilizam para as mais variadas “situações de pobreza e exclusão social”.
Ao mesmo tempo, pretende-se chamar a atenção “para as situações de pobreza que são mais visíveis, desconstruindo eventuais estereótipos” e apelar a uma cultura de solidariedade e cooperação”.
A campanha “A POBREZA NÃO” está em curso em cerca de 90 municípios do país, e visível em perto de 300 placares publicitários.
Numa das últimas mensagens que difundiu, a EAPN Portugal exigiu uma “estratégia nacional” para travar um flagelo que atinge quase três milhões de portugueses.
O organismo mostra-se também “preocupado” com “o rumo da Europa”, considerando que esta precisa de “repensar o seu modelo de desenvolvimento económico, pela via de um maior progresso e coesão social”.
A “política social” tem de ser encarada como “um fator produtivo, que reduz a desigualdade, maximiza a criação de emprego e faz prosperar o capital humano”, sustenta a EAPN Portugal, apontando “a consulta pública sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais”, que está a decorrer, como “uma oportunidade que não se deve deixar passar”.
“A erradicação da Pobreza não é uma utopia, mas sim um objetivo urgente para o qual tem de existir vontade política e coragem para cumprir”, conclui.
A EAPN – Rede Europeia Anti Pobreza/Portugal é uma instituição de solidariedade social de âmbito nacional, constituída par mais de 1000 instituições e pessoas em nome individual, e integra o European Anti-Poverty Network, uma organização europeia composta por 31 sedes nacionais e 18 organizações europeias.
Em 2010, a organização foi distinguida pelo seu trabalho pela Assembleia da República com o Prémio dos Direitos Humanos.
G.I./Ecclesia:JCP