Delegação que participa no último encontro do Ano da Misericórdia, no Vaticano, fala em «experiência inesquecível».
O presidente da Cáritas Portuguesa disse ontem à Agência ECCLESIA que a delegação de Portugal no ‘Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas’, a decorrer no Vaticano, está a viver uma “experiência inesquecível” de encontro com a “dignidade de vida”.
Eugénio Fonseca referiu os “comentários inesperados” dos participantes de Portugal que mostram a “surpresa” pela experiência que está a ser vivida por homens e mulheres que estão em “situação de desfavorecimento” e que “nunca esperavam que fosse possível”.
“Está a ser uma possibilidade de valorizar a autoestima destas pessoas”, disse o presidente da Cáritas Portuguesa que está em Roma com uma delegação de 160 pessoas, sem-abrigo e técnicos de Cáritas Diocesanas, Comunidade Vida e Paz e Misericórdia de Lisboa, que os acompanham.
“Estão a ser tratados com uma dignidade que eles próprios reconhecem e não tem havido, até agora, qualquer diferenciação nas condições de viagem, estadia, acesso aos lugares onde têm decorrido encontros”, referiu Eugénio Fonseca.
‘Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas’ iniciou esta sexta-feira com catequeses e um encontro com o Papa Francisco, na Aula Paulo VI, no Vaticano, e termina este domingo, com Eucaristia.
“Como o Papa ontem disse na catequese que dirigiu aos cerca de seis mil participantes, o que para os ricos é já uma banalidade, para muitas destas pessoas está ser uma riqueza vivencial”, lembrou Eugénio Fonseca.
O presidente da Cáritas disse que o encontro com o Papa foi para muitos sem-abrigo um encontro com uma pessoa que é “uma referência salvadora”.
“A sede de procura de alguém que eles sabem, pelas palavras ditas, mas também pelas práticas vividas, que é alguém que está do lado deles, fê-las não olhar a obstáculos, saltar por cima de cadeiras só para ter a possibilidade de tocarem na pessoa que para eles é uma referência salvadora”, referiu.
Eugénio Fonseca lembrou a mensagem de Francisco e o desafio que colocou à sociedade de “pedir perdão” por não “ter sabido desempenhar o seu papel” diante de pessoas socialmente marginalizadas.
O presidente da Cáritas recordou o muito que se faz e também o “muito que ainda há por fazer em favor das causas destas pessoas”.
Este sábado, a delegação de Portugal participou num encontro para todo o grupo, na igreja de São Luís dos Franceses, onde, após momentos de partilha, foi celebrada uma Eucaristia presida por D. Carlos Azevedo, do Conselho Pontifício para a Cultura, que se recordou o compromisso de Alfredo Bruto da Costa, falecido esta sexta-feira, a favor dos mais pobres.
O encontro com sem-abrigo e outras pessoas socialmente marginalizadas é a última grande iniciativa que decorre em Roma no âmbito do Ano Jubilar Extraordinário, que termina no domingo, 20 de novembro.
G.I./Ecclesia:PR