D. António Marto apresentou o Ano do Centenário, comentou a morte de Fidel Castro e a petição contra a presença do Papa.
O bispo de Leiria-Fátima afirmou hoje que o Centenário das Aparições é uma afirmação da necessidade de diálogo, de “construção de pontes” para por limites “à força devastadora do mal” e um compromisso pela “justiça e a paz”.
“Todos nós estamos ligados a Fátima não para cumprir um dever, mas para assumir um compromisso de mudança, a nível pessoal de mudança de vida, de qualidade de vida espiritual e sobretudo o compromisso da justiça e da paz que é essencial na mensagem”, disse D. António Marto.
Em declarações em Fátima, na Jornada de Abertura do Ano Jubilar, o bispo da diocese disse que o Centenário das Aparições é um “ano de ação de graças pelo dom que é Fátima”, que apela à “diplomacia do diálogo, do encontro e da reconciliação”
D. António Marto referiu-se à “força devastadora do mal”, aos “muros ideológico, políticos e económicos” e à necessidade de propor, a partir da Mensagem de Fátima, a “construção de pontes” que garantam uma “maior “dignidade de vida”.
“Dá impressão que os povos e os políticos se mostram incapazes de responder a esta situação”, referiu o bispo de Leiria-Fátima.
Para D. António Marto, o Ano do Jubilar convida também a “fazer uma experiência da misericórdia”, em continuidade com o Ano Santo que a Igreja Católica viveu, lembrando “a misericórdia de Deus que se inclina sobre a humanidade”, após as aparições no contexto de duas grandes guerras e na atualidade por causa de “uma série de conflitos, uma fragmentação enorme que impede consensos e desfaz a coesão social”.
À margem da sessão, que decorreu no Centro Pastoral Paulo VI, do Santuário de Fátima, D. António Marto referiu-se ao falecimento de Fidel Castro e à influência das Aparições para o fim de regimes totalitários e disse que a petição contra a visita do Papa mostra que Fátima «continua a incomodar» como há 100 anos
O bispo de Leiria-Fátima disse que Fidel Castro era “um ditador”, tinha “uma ideologia marxista-leninista” relacionada com “regimes ateus e totalitários”.
“As mudanças que o mundo atravessou levaram-no a mudar alguma coisa, a ser mais tolerante, e teve diálogos profundos com o Papa João Paulo II, Bento XVI. Mas não deixou de ser um ditador”, sublinhou D. António Marto.
“Hoje quando recebi a notícia rezei por ele”, acrescentou.
Questionado sobre a influência da mensagem de Fátima na mudança de regimes totalitários e dos seus líderes, o bispo de Leiria-Fátima lembrou que ela se refere ao “fim de regimes totalitários e “teve uma influência que vai para além das fronteiras do Santuário e de Portugal”.
“Naturalmente que alguma influência deve ter tido, mas não é mensurável”, acrescentou.
D. António Marto referiu-se também à petição “Contra a credibilização do ‘milagre’ de Fátima”, que discorda da visita do Papa a Fátima em maio de 2017, afirmando que “não lhe tira e sono” e mostra que “100 anos depois Fátima continua a incomodar”
“Não traz novidade nenhuma porque é a mesma reação que existiu em 1917, na mentalidade dos jacobinos, que nunca aceitaram Fátima”, acrescentou o bispo de Leiria-Fátima.
O Santuário de Fátima assinala este domingo a abertura do Ano Jubilar do Centenário das Aparições de Fátima com a passagem do ‘Pórtico Jubilar’, após a oração do terço, às 10:00, e a procissão com a imagem de Nossa Senhora desde a Capelinha das Aparições, e a celebração da missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, presidida por D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.
G.I./Ecclesia:JCP/PR