Papa Francisco recebeu crianças de Hospital Pediátrico da Santa Sé e elogiou papel dos enfermeiros no cuidado aos doentes.
O Papa manifestou-se hoje no Vaticano contra a “corrupção” no mundo da saúde, ao receber uma delegação de doentes e pessoal médico do Hospital Pediátrico ‘Menino Jesus’ de Roma, gerido pela Santa Sé.
Perante cerca de 7 mil pessoas, Francisco convidou todos a não transformar os hospitais num “negócio”, rejeitando a “indústria da doença”.
“O cancro mais grave de um hospital como este é a corrupção”, denunciou.
O encontro contou com a presença de 150 crianças em recuperação, acompanhadas pelos seus pais, e de outros pequenos pacientes vindos de várias partes do mundo, no âmbito dos acordos de cooperação internacional do ‘Bambino Gesù’.
O Papa saudou os doentes, profissionais, voluntários e estudantes do hospital pediátrico, tendo deixado um elogio particular ao papel das enfermeiras, que acompanham e “compreendem” o sofrimento, considerando que são “as que percebem melhor o percurso da doença”.
“As enfermeiras, os enfermeiros, por causa da proximidade com o doente, têm uma qualidade especial para acompanhar e também para curar”, sublinhou, numa intervenção improvisada, rodeado de crianças.
“Agradeço muitos às enfermeiras, aos enfermeiros, por aquilo que fazem. Muito obrigado”, acrescentou Francisco, que evocou a sua experiência de doença, aos 21 anos, quando foi afetada por uma “grave pneumonia”.
O pontífice argentino refletiu sobre uma das questões que lhe foi colocada, durante o encontro, sobre o sofrimento das crianças, afirmando que não tem uma “resposta” para essa pergunta.
“Porque sofrem as crianças? Não há resposta para isso. Apenas olhar para o crucifixo”, declarou.
Francisco disse não querer “vender receitas” que não se aplicam a quem acompanha o sofrimento das crianças doentes, pedindo-lhes apenas ternura, “chorar com elas”.
“Quando se sofre, não se fala: chora-se e reza”, precisou.
G.I./Ecclesia:OC