D. Manuel Linda fala em discurso «programático» do Papa Francisco.
O bispo das Forças Armadas e Segurança afirma que a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2017 tem “algo de refundador e até de programático” no cinquentenário da efeméride.
“O Papa propõe a sã utopia evangélica da não-violência ativa, como a única atitude capaz de fazer o corte com um passado que a não conseguiu edificar à escala global”, escreve D. Manuel Linda.
Num artigo de opinião publicado no Semanário ECCLESIA, o prelado refere que só uma “nova arma” em “tudo diferente das usadas” pode assegurar a paz e é a “não-violência”, contra um mundo de violência extrema e de nova “corrida aos armamentos”, especialmente, “aos nucleares, de que o Daesh e a Coreia do Norte constituem expressões terríveis”.
‘A não-violência: estilo de uma política para a paz’, é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 50.° Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica assinala a 1 de janeiro de 2017.
O bispo das Forças Armadas e Segurança afirma que as “terríveis” grandes guerras do século XX ensinaram que, para a salvaguarda da paz, “é perigosamente mortífero inverter” a ordem dos fatores e colocar, “logo ao início, meios que, quando muito, só podem aparecer ao fim”, como “os exércitos”.
Numa linha ascendente, o prelado destaca que a defesa da paz se faz por diversos fatores: “Educação e cultura; desenvolvimento integral; capacidade de resposta às expectativas dos jovens; rearmamento moral da sociedade; diálogo”.
Segundo D. Manuel Linda, é necessária uma ONU credível e operante, “o que nem sempre tem acontecido”.
“O Papa pretende a reorientação das mentes e apela a que se privilegie o coração humano”, acrescenta.
O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo Papa Paulo VI (1897-1978), que para D. Manuel Linda deu expressão a “uma das melhores intuições” do Concílio Vaticano II.
“Ao longo destes 49 anos, os pontífices chamaram a atenção para a fragilidade da paz e para as condições da sua salvaguarda”, sintetiza o bispo das Forças Armadas e Segurança, no Semanário ECCLESIA.
A mensagem do Papa para esta celebração anual é enviada aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo.
G.I./Ecclesia:CB/OC