Papa Francisco visita Cova da Iria por ocasião do Centenário das Aparições, confirmando forte ligação do papado ao santuário português.
O Papa vai chegar a Fátima dentro de 100 dias, para tornar-se o quarto pontífice a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).
A visita de Francisco, no centenário das aparições, confirma a ligação do papado ao santuário português, que começa a definir-se já em 1929, com a bênção de uma imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, pelo Papa Pio XI, para a capela do Pontifício Colégio Português de Roma.
No pontificado seguinte, Pio XII assumiu Fátima como um acontecimento de toda a Igreja e, a 31 de outubro de 1942, consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria, em plena II Guerra Mundial; o Santuário assinala, ainda hoje, o encerramento do Ano Santo, a 13 de outubro de 1951, neste pontificado.
São João XXIII visitou Fátima no dia 13 de maio de 1956, quando era ainda patriarca de Veneza, mas as viagens internacionais dos Papas modernos são uma novidade que remonta à segunda metade do século XX, com o pontificado de Paulo VI (1897-1978).
Portugal entraria na rota dessas visitas apostólicas logo na quinta viagem deste pontífice italiano, a 13 de maio de 1967, por ocasião do 50.º aniversário das aparições marianas, reconhecidas pela Igreja Católica, na Cova da Iria.
Paulo VI quis vir pessoalmente a Fátima, como peregrino, a 13 de maio de 1967, tendo decidido que o avião que o transportou desde Roma aterrasse em Monte Real, ficando alojado na então Diocese de Leiria (hoje Leiria-Fátima); além da homilia na Missa do 13 de maio, no 50.º aniversário das Aparições, Paulo VI teve outras seis intervenções.
João Paulo I esteve em Portugal como patriarca de Veneza, em julho de 1977, e teve ocasião de encontrar-se com a Irmã Lúcia.
João Paulo II, que a 13 de maio de 1981 tinha sido atingido a tiro na Praça de São Pedro, num atentado contra a sua vida, veio à Cova da Iria um ano depois, agradecer publicamente a intercessão de Nossa Senhora de Fátima na sua recuperação.
Em maio de 1982, no aniversário desse primeiro atentado contra a sua vida, Karol Wojtyla (1920-2005) chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”; passou ainda por Lisboa, Vila Viçosa, Coimbra, Braga e Porto, ao longo de quatro dias (12-15 de maio), proferindo um total de 22 intervenções.
O Papa polaco voltou a Portugal nove anos depois: a 10 maio de 1991, João Paulo II celebrou Missa no Estádio do Restelo e viajaria depois para os Açores e Madeira, antes de centrar-se no Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 maio.
Durante quatro dias, São João Paulo II proferiu 12 intervenções e enviou ainda uma carta, desde a Cova da Iria, aos bispos católicos da Europa, que preparavam uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos, dedicada ao Velho Continente.
A 12 e 13 maio de 2000, já com a saúde debilitada, João Paulo II regressou a Portugal, para presidir à beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto; proferiu um discurso à chegada, no aeroporto internacional de Lisboa, a homilia na Missa do 13 de maio e uma saudação aos doentes reunidos na Cova da Iria.
Na mesma ocasião deu-se o anúncio da publicação da terceira parte do chamado “Segredo de Fátima”.
Bento XVI visitou Portugal de 11 a 14 de maio de 2010, para assinalar o décimo aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, com passagens por Lisboa, Fátima e Porto.
Em 2017, a visita de Francisco centra-se na Cova da Iria, onde a 13 de maio de 2013 o então cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, consagrou pontificado do Papa argentino à Virgem Maria.
G.I./Ecclesia:OC