Papa Francisco visitou igreja anglicana em Roma, no seu 200.º aniversário.
O Papa Francisco visitou hoje a igreja anglicana de Todos os Santos, em Roma, a celebrar 200 anos, e elogiou o fim do clima de “hostilidade” entre os católicos e esta comunidade cristã.
“No decorrer destes dois séculos, muito mudou entre anglicanos e católicos, que no passado se olhavam com suspeição e hostilidade; hoje, graças a Deus, reconhecemo-nos como somos, verdadeiramente: irmãos e irmãs em Cristo”, declarou, perante centenas de membros daquela que é a maior comunidade anglicana na Itália.
Esta foi a primeira visita de um Papa à igreja anglicana de ‘All Saints’, a menos de 3 quilómetros do Vaticano, na outra margem do Rio Tibre.
Francisco foi recebido pelo bispo Robert Innace, responsável pela Igreja Anglicana na Europa; pelo arcebispo David Moxon, diretor do Centro anglicano de Roma; pelo capelão reverendo Jonathan Boardman; e pela sua assistente, a reverenda Dana English.
O encontro teve início com a bênção de um ícone de Cristo Salvador, feito especialmente para a ocasião pelo artista Ian Knowles, diretor do Centro “Ícone Belém”.
A celebração prosseguiu com a renovação das promessas batismais, em italiano e inglês, e, após a leitura de uma passagem bíblica, com a homilia do Papa.
Francisco disse que católicos e anglicanos estão “humildemente gratos” porque após séculos de “desconfiança recíproca” hoje existe um “desejo de maior proximidade” que se manifesta em vários projetos conjuntos de serviço aos mais necessitados.
“Por vezes, o progresso neste caminho para a plena comunhão pode aparecer lento e incerto, mas hoje podemos sentir-nos encorajados por este nosso encontro”, sublinhou.
O Papa sustentou que a primeira visita de um bispo de Roma à comunidade anglicana é “uma graça e também uma responsabilidade”.
Após a intervenção, Francisco trocou um abraço de paz com vários dos presentes, antes da recitação conjunta do Pai Nosso.
A visita ficou marcada pela geminação da paróquia de ‘All Saints’ com a sua homónima católica, de Todos os Santos.
No final da oração, o Papa respondeu a algumas questões colocadas pelos presentes, sublinhando as “boas relações” nas atuais relações católico-anglicanas, num diálogo que se faz no terreno e não “em laboratório”, mesmo no plano teológico.
João Paulo II e Bento XVI tinham visitado, respetivamente, a Catedral de Cantuária e a Abadia de Wesminster, locais de referência para a Igreja Anglicana, na Inglaterra.
G.I./Ecclesia:OC