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Papa Francisco presidiu à Missa do Domingo de Ramos e disse que Jesus não é profeta «new age».

O Papa denunciou hoje no Vaticano os “interesses” por trás da exploração humana, das guerras e do terrorismo, ao dar início às celebrações da Semana Santa, com a cerimónia do Domingo de Ramos.

“[Jesus] Está presente em muitos dos nossos irmãos e irmãs que hoje, sim hoje, padecem tribulações como Ele: sofrem com um trabalho escravo, sofrem com os dramas familiares, as doenças, sofrem por causa das guerras e do terrorismo, por causa dos interesses que se movem por trás das armas que não cessam de matar”, disse na homilia da Eucaristia a que presidiu, na Praça de São Pedro, diante de dezenas de milhares de pessoas.

No final da Missa, o Papa evocou as vítimas do recente atentado terrorista em Estocolmo e todos os que são “duramente” provados pela guerra, que considerou um “desastre da humanidade”.

Após ter abençoado os ramos de palma e de oliveira, junto ao obelisco central da praça, Francisco seguiu para o altar diante da Basílica de São Pedro, onde evocou “homens e mulheres enganados, violados na sua dignidade, descartados”.

“Jesus está neles, em cada um deles”, realçou, pedindo que os católicos não se limitem a olhar para “quadros, fotografias ou vídeos que circulam na internet” sobre a Paixão de Cristo.

O Papa explicou aos participantes na celebração que o Domingo de Ramos é um dia “doce e amargo”, porque recorda o “júbilo” da entrada de Jesus em Jerusalém e proclama, ao mesmo tempo, os sofrimentos da sua morte.

“Este Jesus, cuja entrada na Cidade Santa estava prevista precisamente assim nas Escrituras, não é um iludido que apregoa ilusões, um profeta ‘new age’, um vendedor de banha da cobra. Longe disso! É um Messias bem definido, com a fisionomia concreta do servo, o servo de Deus e do homem que caminha para a paixão; é o grande sofredor da dor humana”, acrescentou.

A intervenção deixou aos católicos o desafio de meditar nos “sofrimentos” de Jesus, que estão no centro da Semana Santa: “Pensemos nas calúnias, nos ultrajes, nas ciladas, nas traições, no abandono, no julgamento iníquo, nas bastonadas, na flagelação, na coroa de espinhos e, por fim, na Via-Sacra até à crucifixão”.

“Não há outro Jesus: é o mesmo que entrou em Jerusalém por entre o acenar de ramos de palmeira e oliveira. É o mesmo que foi pregado na cruz e morreu entre dois malfeitores. Não temos outro Senhor para além dele: Jesus, humilde Rei de justiça, misericórdia e paz”, assinalou Francisco.

Jesus, sublinhou o Papa, nunca prometeu “honras nem sucessos”.

“Para seguir fielmente Jesus, peçamos a graça de o fazer não por palavras mas com as obras, e ter a paciência de suportar a nossa cruz”, apelou.

A decoração da Praça de São Pedro para este dia foi feita com milhares de plantas aromáticas, flores, ramos de oliveira e os tradicionais ‘palmurelli’, folhas de palmeira entrançadas.

G.I./Ecclesia:OC

CategoryIgreja, Papa, Pastoral

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