Programa de dois dias no Cairo decorre após recentes atentados contra comunidades cristãs.
O Papa Francisco iniciou hoje uma visita ao Egito, com um programa de dois dias centrado no Cairo, na qual se apresenta como “peregrino da paz” em busca de diálogo com a maioria muçulmana no país.
Antes de deixar o Vaticano, o pontífice cumprimentou um grupo de nove imigrantes egípcios, a viver na Itália, acompanhados pelo responsável da Esmolaria Apostólica, D. Konrad Krajewski.
A 18ª viagem internacional do pontificado foi antecedida, esta semana, por uma mensagem enviada pelo Papa à população egípcia, na qual se falava de um mundo “dilacerado por uma violência cega” que atingiu também este país, a qual exige como resposta “paz, amor e misericórdia”.
“[O mundo] precisa de construtores de pontes de paz, de diálogo, de fraternidade, de justiça e de humanidade”, defendeu.
Francisco disse levar ao Egito uma mensagem de “amizade”, com apelos à “fraternidade e reconciliação” entre judeus, cristãos e muçulmanos.
O Papa deseja que a visita seja ainda “um abraço de consolação e encorajamento a todos os cristãos do Médio Oriente”.
O porta-voz do Vaticano adiantou esta segunda-feira que o Papa Francisco vai deslocar-se no Egito sem recurso a qualquer carro blindado e sem preocupações suplementares, após os recentes atentados contra comunidade cristã, que provocaram dezenas de mortes nas celebrações do Domingo de Ramos (9 de abril).
Na rede social Twitter, Francisco escreveu uma mensagem, esta quinta-feira, na qual afirma que vai “como peregrino da paz ao Egito da paz”, um dia antes, pediu a promoção da “amizade e o respeito entre homens e mulheres de diferentes tradições religiosas para construir um mundo de paz”.
A chegada ao Cairo está prevista para as 14h00 locais (menos uma em Lisboa).
Após o acolhimento oficial e a cerimónia de boas-vindas no Palácio Presidencial de Heliópolis, o Papa encontra-se com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.
Em seguida, Francisco e o imã de al-Azhar encerram, em conjunto, a conferência internacional pela paz promovida pela instituição religiosa mais prestigiada do Islão sunita, sediada no Cairo.
Para as 16h40 locais está previsto um encontro com as autoridades, durante o qual discursam o presidente Abdel Fattah al-Sisi e o Papa.
Ainda no primeiro dia da viagem, Francisco encontra-se com o Papa Tawadros II, da Igreja Copta Ortodoxa, comunidade cristã mais numerosa do Egito, cerca de 10% dos habitantes do país, proferindo o terceiro discurso da visita.
Os católicos representam 0,31% da população egípcia.
A 29 de abril, sábado, o programa do Papa começa com a celebração da Missa, às 10h00, seguindo-se o almoço com os bispos católicos do país e, às 15h15, um encontro de oração com membros do clero, de institutos religiosos e seminaristas.
A Missa passou de uma sala fechada, perto do Estádio do Cairo, para o Estádio da Aeronáutica Militar, com 25 mil lugares e maior segurança.
A cerimónia de despedida está marcada para as 17h00, com chegada a Roma prevista para as 20h30 (19h30 em Lisboa).
A primeira deslocação de Francisco ao estrangeiro em 2017 antecede assim a visita a Fátima, para as celebrações do Centenário das Aparições, a 12 e 13 de maio.
G.I./Ecclesia:OC