D. António Marto apresentou traços fundamentais dos santos Francisco e Jacinta Marto.
O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, apresentou hoje na Cova da Iria a biografia oficial para a cerimónia de canonização dos Santos Francisco e Jacinta Marto, os mais novos dos pastorinhos, falando em vidas “entregues a Deus”.
“Na primeira aparição, em 13 de maio de 1917, a Santíssima Virgem fez-lhes um convite: «Quereis oferecer-vos a Deus?». Com sua prima, Lúcia, responderam: «Sim, queremos». A partir dessa data viveram as suas vidas entregues a Deus e aos Seus desígnios de misericórdia”, referiu, durante o rito que decorreu no início da Missa desta manhã.
A leitura desta nota biográfica seguiu-se ao pedido do bispo da diocese para que o Papa inscrevesse os dois pastorinhos “no Catálogo dos Santos” e assim sejam invocados por todos os católicos.
“Os traços de espiritualidade dos dois irmãos assumem uma vocação inseparavelmente contemplativa e compassiva, que os leva a ser espelho da luz de Deus na prática das boas obras”, sublinhou D. António Marto.
Francisco Marto e Jacinta Marto eram os mais novos dos sete filhos de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus, naturais do lugar de Aljustrel, Fátima.
Francisco nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado no dia 20 desse mês, na igreja paroquial de Fátima; Jacinta Marto nasceu em 5 de março de 1910, tendo sido batizada no dia 19 desse mês, também na igreja paroquial de Fátima.
“A sua educação cristã simples, mas sólida, teve como principais agentes seus pais, que foram para eles um exemplo de fé comprometida, de respeito por todos, de caridade para com os pobres e os necessitados”, disse D. António Marto.
As duas crianças começaram a pastorear o rebanho da família “ainda muito novos”, juntamente com sua prima Lúcia.
“Em 1916, na primavera, no verão e no outono, veem o Anjo da Paz. Entre maio e outubro de 1917, em cada dia 13 (em agosto, no dia 19) foram visitados pela Virgem Maria, a Senhora do Rosário”, acrescenta a nota biográfica.
O bispo de Leiria-Fátima falou do “jeito pacífico e sereno” de São Francisco Marto, “o mais contemplativo dos três videntes”, que morreu a 4 de abril de 1918.
Jacinta, acrescentou, “tinha um caráter carinhoso e expansivo” e uma espiritualidade “caraterizada pela entrega generosa de si” e a compaixão, “especialmente pelos que sofriam e pelos que viviam afastados de Deus”.
A nova santa portuguesa morreu a 20 de fevereiro de 1920, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, data da festa litúrgica dos videntes.
Os dois irmãos estão sepultados na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima; foram beatificados por São João Paulo II, em Fátima, em 13 de maio de 2000.
Os mais jovens beatos da história da Igreja são canonizados pelo Papa Francisco na primeira peregrinação internacional do centenário das aparições.
G.I./Ecclesia:OC