Restauração do ministério, na Igreja Latina, foi decretada por Paulo VI há 50 anos.
O número de diáconos permanentes em Portugal aumentou cerca de 70% desde 2010, sendo hoje 360 em 17 das 20 dioceses católicas.
Esta realidade está no centro da mais recente edição do Semanário ECCLESIA, 50 anos depois do Motu Proprio ‘Sacrum Diaconatus Ordinem’ (18 de junho de 1967), do Papa Paulo VI, a carta apostólica com a qual se promulgava a restauração do diaconado permanente na Igreja Latina, segundo decisão tomada no Concílio Vaticano II.
A 8 de dezembro de 1984 foram ordenados dos primeiros quatro diáconos permanentes em Portugal, na então jovem Diocese de Setúbal, por iniciativa do seu primeiro bispo, D. Manuel da Silva Martins.
Desde então, esse número multiplicou-se quase por 100, um dinamismo que se verifica também a nível internacional: de acordo com os últimos dados divulgados pela Santa Sé, o maior crescimento nos vários grupos analisados pelo ‘Annuarium Statistitcum Ecclesiae’ refere-se aos diáconos permanentes, com um aumento de 33,5%, passando de 33 mil para quase 45 mil, apenas numa década.
O padre Manuel Ferreira de Araújo foi o primeiro diretor do Serviço Nacional do Diaconado Permanente, nos anos 80 do século XX.
Um campo de empenho pessoal ao qual dedicou vários artigos na revista Lumen e a sua prova académica, na Universidade Católica, procurando vencer resistências e despertar sensibilidades para uma riqueza redescoberta e consagrada pelo Concílio Vaticano II, mas que demorou a fazer o seu caminho em Portugal.
“O diácono permanente não é para substituir o padre. A função do diácono permanente é exercer um ministério na Igreja que foi muito frutuoso no início”, explica, em entrevista à ECCLESIA.
O dossier da mais recente edição do Semanário digital apresenta testemunhos na primeira pessoa, além de um excerto em pré-publicação sobre o tema do Diaconado Permanente, do diácono Fernando Magalhães, na obra ‘Portugal Católico – A Beleza na diversidade’, a editar brevemente pelo Círculo de Leitores.
“O diácono existe para servir a comunidade: no serviço da palavra, no serviço da liturgia, no serviço da caridade. Esta é a identidade própria do diácono que não precisa de ver relativizado o seu ministério ordenado em relação a outros ministérios ou a aspetos conjunturais da Igreja para o ver compreendido”, escreve.
O ministério do diácono permanente, na Igreja Católica, está particularmente destinado às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas, bem como assistir o bispo e o padre nas missas, administrar o Batismo, presidir a casamentos e exéquias, entre outras funções.
No caso dos candidatos ao diaconado permanente, esta é uma missão para toda a vida, a que podem aceder homens, incluindo os casados, com mais de 35 anos.
Na nossa diocese, foram ordenados os primeiros dez diáconos permanentes, em 22 de Julho de 2012. A Escola Diocesana da Fé conta, entre os seus alunos, alguns que alimentam uma clara disponibilidade para servirem a Igreja no ministério do diaconado permanente. Completarão, nesse caso, uma formação específica, para além daquela que é proporcionada pelo programa da Escola.
G.I./Ecclesia:OC