As duas Irmandades das paróquias de Parada de Gonta e Canas de Santa Maria organizaram conjuntamente o seu passeio anual.
Visitando, em Seia, o Museu do Pão, houve o almoço de confraternização num restaurante local e, depois do almoço, os dois autocarros subiram até à Torre, na Serra da Estrela.
Descendo de novo, o regresso foi feito por Oliveira do Hospital, para visitarem a Igreja moçárabe de Lourosa, um exemplar classificado, mais antigo do que a própria nacionalidade portuguesa.
Os vestígios da arquitectura árabe são evidentes, sobrepondo-se a vestígios românicos. No portal de entrada, pode ver-se a data de 912, mostrando tratar-se de um dos raros edifícios reçligiosos pré-românicos existentes no nosso país.
A localidade terá tido uma grande importância no tempo da reconquista, tendo recebido foral concedido pelo Bispo de Coimbra, no século XIV, o qual foi renovado por D. Manuel, no séc. XVI, como atesta o pelourinho local.
Na envolvência do templo, está a ser escavada uma necrópole com numerosas sepulturas antropomórficas, no âmbito dos trabalhos de requalificação do “centro histórico” de Lourosa. Nota-se algum “desencanto” de populares locais que entendem não serem adequadas as luminárias que estão a ser colocadas, por serem “muito modernas” para o local.
Um belo conjunto de imagens quatrocentistas em pedra calcária pintada falam da fé daquele povo, que tendo como orago S. Pedro, o ladearam com S. Paulo, numa “referência apostólica” que ladeia com a devoção à Senhora do Ó.
A visita ao templo foi aproveitada para um curto momento de oração ao Santíssimo, pois ambas as Irmandades têm como fim estatutário o culto eucarístico.
G.I.