Encontro nacional celebra também 150 anos dos Missionários Combonianos e 70 anos de presença em Portugal.
A Família Comboniana peregrinou este sábado ao Santuário de Fátima onde assinalaram o centenário das aparições e evocaram os 150 anos da fundação dos Missionários Combonianos e 70 anos dessa presença religiosa em Portugal.
“Englobamos estas duas datas para nós, os 70 anos em Portugal, 150 anos de fundação com instituto e o centenário de Fátima porque a fundação está um bocadinho relacionada com Fátima”, disse o padre José Vieira.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o provincial da Congregação dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus em Portugal sublinha que a peregrinação “é uma ocasião especial” para o Instituto mas como Família Comboniana também querem celebrar os 100 anos das aparições.
O lema do encontro é ‘Família Comboniana como Maria missionários de Jesus’ pretendendo “encher novamente o Centro Paulo VI” com uma “grande presença de amigos e colaboradores”, explica o sítio online do instituto.
O padre José Vieira explica que a missão e o anúncio é, “cada vez mais”, o serviço de uma família inteira e, neste caso, engloba as religiosas, os leigos missionários, “a dimensão nova do carisma Comboniano” com cerca de 25 anos, e um instituto secular de senhoras.
“Damos conta, cada vez mais, que para sermos efetivos temos de trabalhar em rede, para podermos chegar a todas as seções”, referiu sobre uma “liga missionária” que envolve a própria missão e dando como exemplo que as religiosas “chegam mais fácil às mulheres” e os leigos “aos jovens”.
Neste contexto, o provincial dos Missionários Combonianos em Portugal revela “um sonho”, com cerca de quatro anos, que é criar uma comunidade apostólica com um religioso, uma religiosa e um secular mas “ainda não ganhou raízes”.
Os missionários Combonianos estão a celebrar 150 anos de fundação e 70 de presença em Portugal tendo recebido, recentemente, assembleia de líderes das circunscrições na Europa e a formação está a mudar, motivada pela mudança da “geografia missionária” do instituto que nasceu em Itália e da Europa foram para África, depois América Latina e Ásia.
“Neste momento a geografia vocacional é africana, temos cerca de 500 rapazes em formação, postulantado, Filosofia, noviciado e teologia”, explica o sacerdote, observando que em África todos os provinciais são africanos, exceto na Etiópia, e o superior-geral é etíope.
“É uma grande mudança. Temos o primeiro geral africano e é a primeira vez que só temos um italiano na direção geral”, acrescentou sobre o que é “a hora da África”.
Segundo o padre José Vieira 150 anos depois cumpre-se o sonho do fundador Daniel Comboni que dizia: “Salvar África com a África.”
A missão dos Combonianos está também a direcionar-se para o continente asiático e, neste momento, estão “a apostar no Vietname” como espaço de animação vocacional e missionário, para além de presença em Macau, na Ilha Formosa (Taiwan) e a sede nas Filipinas.
A nível mundial a Congregação dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus conta com cerca de 1600 missionários e tem 90 religiosos de origem portuguesa, três estão em Roma, nos serviços centrais, e os restantes noutros continentes, onde, por exemplo, na Ásia o superior da região é português.
A primeira Casa dos Combonianos em Portugal foi erguida em Viseu e o Seminário das Missões, como é conhecido, também assinalou com destaque os setenta anos da presença comboniana em Viseu, aí apresentando a obra de profunda investigação dos arquivos do Instituto, que realça a importância dessa presença para o trabalho de missionação em África.
G.I./Ecclesia:PR/CB