Prioridade de D. Michael Yeung é o «serviço aos pobres e aos abandonados».
O novo bispo de Hong Kong, D. Michael Yeung, afirmou que a “Igreja não é um partido político” e não faz oposição, adiantando que vai “encorajar” as pessoas a votar em “consciência” nas próximas eleições parlamentares.
“No que diz respeito aos problemas que afetam toda a sociedade, como os direitos humanos, a justiça, a abertura e a responsabilidade legal, penso que a Igreja deve erguer-se e falar claro”, disse o bispo diocesano, em conferência de imprensa, após a nomeação da Santa Sé.
D. Michael Yeung foi questionado sobre a possibilidade de se juntar à oposição.
“Seguramente não irei dizer às pessoas para votar neste ou naquele candidato”, observou.
“Nem todos querem combater o Governo, muitos querem apenas expressar o seu descontentamento e os que estão no poder devem escutá-los”, acrescentou, no contexto do movimento ‘Occupy Central’, que nasceu em setembro de 2014, crítico do Governo local da região administrativa especial da República Popular da China.
Sobre as relações entre o Vaticano e o governo chinês, D. Michael Yeung explicou que a Igreja Católica em Hong Kong “servirá como ‘ponte’”.
“Há sempre espaço para melhorias e para aperfeiçoamento”, acrescentou, realçando que o seu papel era pequeno no diálogo entre os dois governos.
O novo bispo da Diocese de Hong Kong referiu também que fica “muito triste” quando há pessoas que morrem na prisão “depois de uma vida inteira a defender com coragem a democracia e a justiça”, referindo-se ao prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo.
“Foi algo que me partiu o coração”, disse ainda D. Michael Yeung, sobre a morte do ativista chinês ativista pelos direitos humanos de 61 anos, divulga o secretariado português da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre.
G.I./Ecclesia:CB/OC