Francisco envia mensagem desde Cartagena, na vizinha Colômbia.
O Papa Francisco apelou hoje ao fim da “grave crise” política na Venezuela, numa mensagem enviada desde a cidade de Cartagena, na vizinha Colômbia, que acolhe milhares de venezuelanos em fuga do seu país.
“Daqui, desta cidade sede dos direitos humanos, faço um apelo para que se rejeite todo o tipo de violência na vida política e se encontre uma solução para a grave crise que se está a viver e afeta a todos, especialmente aos mais pobres e desfavorecidos da sociedade”, disse, após a recitação da oração do ângelus, diante da igreja de São Pedro Claver, missionário que se distinguiu pela defesa dos escravos, no século XVII.
Perante milhares de pessoas, o Papa quis assegurar a sua oração por cada um dos países da América Latina, evocando em particular a Venezuela.
“Expresso a minha proximidade a cada um dos filhos e filhas desta amada nação, e também aos venezuelanos que encontraram guarida nesta terra colombiana”, declarou.
Durante a viagem à Colômbia, o Papa manifestou a uma delegação de bispos católicos da Venezuela a sua “preocupação” perante a “crise humana” no país sul-americano.
Os bispos venezuelanos encontraram-se esta quinta-feira com Francisco, após a celebração Eucarística no Parque Símon Bolívar, em Bogotá, tendo falado de uma “agudização da crise e radicalização da atitude do Governo” de Nicolás Maduro, segundo uma nota divulgada pela CEV.
O organismo episcopal informa que o Papa pediu aos bispos que continuem a “acompanhar o povo na defesa dos direitos”, mostrando-se “preocupado com a séria crise humana que se traduz em fome, escassez de medicamentos e imigração de numerosos venezuelanos”.
Os bispos também falaram com o Papa sobre a “imposição da Assembleia Nacional Constituinte e da perseguição a políticos, ameaças a sacerdotes e religiosas e o encerramento de alguns órgãos de comunicação”.
Estiveram presentes no encontro os cardeais Jorge Urosa e Baltazar Porras; D. José Luis Azuaje e D. Mario Moronta, vice-presidentes da CEV; e D. Jesús González de Zarate, bispo auxiliar de Caracas.
Já durante o voo que o levou até à Colômbia, na quarta-feira, o Papa enviou uma mensagem ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apelando à “concórdia” no país, afetado por uma crise política e económica.
“Rezo para que todos no país possam promover caminhos de solidariedade, justiça e concórdia”, refere Francisco, num telegrama enviado ao sobrevoar o território venezuelano.
Antes, falando a mais de 70 jornalistas a bordo do voo papal, o Papa tinha pedido orações pela Venezuela, “para que possa existir o diálogo e o país possa encontrar uma boa estabilidade, através do diálogo com todos”.
G.I./Ecclesia:OC