Mensagem marcou encerramento das jornadas nacionais de comunicação social da Igreja Católica.
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais salientou hoje em Lisboa que a Igreja Católica tem de olhar para as redes sociais como forma de fomentar a comunhão e inclusão social.
“As novas redes sociais podem ficar no indivíduo e numa comunicação de isolamento, é o perigo das redes sociais, mas nós temos de converter as redes sociais em veículo de encontro e comunhão”, apontou D. João Lavrador, no encerramento das Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais, que decorreram no Auditório da Rádio Renascença.
Na sua intervenção, o responsável católico frisou que “não pode haver processo evangelizador que não culmine no encontro comunitário”, e neste caso o contacto através da tecnologia não pode substituir, mas antes potenciar “o toque entre as pessoas”.
Neste âmbito D. João Lavrador sublinhou a responsabilidade da Igreja Católica dar também nas novas tecnologias, nas redes sociais, a “prioridade aos excluídos, aos que não têm voz”.
“Se nós temos a possibilidade de ter uma voz tão abrangente, de milhões e milhões de pessoas, elas têm que entrar aqui para terem uma cidadania maior, que não teriam se nós não lhes dessemos vós”, apontou, acrescentando que a presença da Igreja Católica nas redes sociais também tem de ser “profética”, no sentido da mudança da realidade, mesmo no próprio ambiente digital.
“Evangelização também é denúncia profética, e nós temos o dever de denunciar aquilo que o mau uso das próprias redes sociais”, completou.
As Jornadas Nacionais de Comunicação Social deste ano, que decorreram na Quinta do Bom Pastor, em Lisboa, nas instalações da Rádio Renascença e da Conferência Episcopal Portuguesa, tiveram como tema “Comunicação: criatividade e partilha”.
D. João Lavrador sublinhou a importância de todos os órgãos comunicativos da Igreja Católica, sejam de nível nacional, diocesanos ou mais locais, nas paróquias, dos institutos religiosos, caminharem cada vez mais em conjunto, rumo a “uma proposta comunicativa” comum.
“Para isso todos temos que entrar, todos temos que participar ativamente, que articular esta realidade, de a pensar em conjunto”, reforçou o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, que destacou no entanto os bons passos que já têm sido dados.
“A Igreja não tem de se sentir inferiorizada naquilo que está a realizar, seja em qualquer modelo comunicativo. Temos capacidades, já estamos a apostar e é a partir desta plataforma que agora temos de ir mais para a frente”, incentivou o também bispo da Diocese de Angra.
D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa e membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, também participou na sessão de encerramento dos trabalhos realçou uma realidade “multimédia” que “veio para ficar” e que deve “interrogar” a Igreja Católica.
“Não estar presente é um tiro no pé, temos de estar até por missão, mas que presença devemos ter? Que conteúdos? Como podemos estar nesta nova galáxia”, interpelou aquele responsável, considerando que há “muito a aprender”, mesmo ao nível das “sinergias” entre os vários setores de comunicação da Igreja Católica.
A edição 2017 das jornadas teve como destaque vários workshops sobre boas práticas em matéria de redes sociais, do uso das ferramentas multimédia e da escrita criativa.
Realce ainda para uma ‘mostra multimédia’ onde os vários órgãos de comunicação da Igreja Católica inscritos no certame, vindos das várias dioceses do país, poderão dar a conhecer ao público os recursos que têm à disposição.
O programa incluiu a participação de oradores como José Manuel Fernandes e Eduardo André, do ‘Observador’; Maria João Cunha, da Renascença Multimédia; e ainda a escritora Margarida Fonseca Santos.
Os dois dias de trabalho foram transmitidos em direto na página da Agência ECCLESIA na rede social Facebook e, agora, estão disponíveis em: www.ecclesia.pt/jornadas2017/
G.I/Ecclesia:JCP