Jornada Mundial é assinalada dia 7 de outubro.
Um grupo de movimentos e organizações da Pastoral Operária da Igreja Católica em Portugal publicou um manifesto que realça a “importância” de continuarem a lutar por trabalho digno, no contexto da jornada mundial que se realiza este sábado.
“O trabalho digno deve estar na agenda política, nas agendas sociais e empresariais, nas agendas dos movimentos de trabalhadores, na agenda da Igreja”, lê-se no manifesto enviado à Agência ECCLESIA.
A Jornada Mundial pelo Trabalho Digno, que se assinala anualmente a 7 de outubro, vai ser celebrada em “vigília de oração” e com ações de rua em diversos locais de Portugal com o propósito de incentivar e consciencializar as comunidades cristãs, autarquias, governo, sindicatos, comissões de trabalhadores e organizações empresariais “a colaborar para colocar no centro a pessoa e a sua humanização”
“O trabalho é um dom e um projeto de humanização imprescindível para a construção da sociedade e para a realização humana e não apenas uma fonte de remuneração”, afirmam.
Neste contexto, alertam que “dignidade, respeito, honra, liberdade, direitos de todos e para todos” são aspetos a ter em conta entre o trabalho e o “poder de compra”.
Os subscritores do manifesto “renovam o compromisso de continuar a lutar” pelo trabalho digno e “exigem da sociedade” que o defenda e promova também, porque o “trabalho deve estar para o homem e não o homem para o trabalho”.
O documento foi assinado por Movimentos da Pastoral Operária – Movimento Apostolado Adolescentes e Crianças (MAAC), Juventude Operária Católica (JOC), Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) – e a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP).
“Toda a sociedade está chamada a dar visibilidade e denunciar, através de todos os meios ao seu alcance, as situações de trabalho indigno existentes e todos podemos fazer algo a partir das nossas organizações, movimentos e lugares de compromisso”, desenvolvem.
Os movimentos e organismos da Igreja Católica citam a encíclica do Papa emérito Bento XVI, ‘Caritas in Veritate’, e explicam que trabalho digno, por exemplo, é “escolhido livremente, que associe eficazmente os trabalhadores, homens e mulheres, ao desenvolvimento da sua comunidade”.
“Um trabalho que, em qualquer sociedade, seja expressão da dignidade essencial de todo o homem e mulher”, exemplificam ainda.
O MAAC, a JOC, a LOC/MTC e a CNJP afirmam que para “colocar no centro a pessoa e a sua humanização” é preciso, por exemplo, romper com “a lógica da precariedade e da flexibilidade”, que faz do trabalhador “um ser sem estabilidade, obrigando-o a alternar períodos de emprego com períodos de desemprego”, marcados pela incerteza permanente e que reduz os trabalhadores a meros prestadores de serviços.
G.I./Ecclesia:CB/OC