O arquipélago de Cabo Verde acolhe até ontem o 9.º Fórum das Cáritas Lusófonas, com 30 delegados de seis países, centrado no combate à “fome e desigualdades sociais”.
“Após a partilha da situação socioeconómica e da ação da Cáritas de cada país, deu-se relevo, dado as práticas bem sucedidas em algumas regiões, ao recurso favorável que a implementação da Economia Social e Solidária é para a eliminação da fome e a redução drástica das desigualdades”, assinala um comunicado da Cáritas Portuguesa enviado à Agência ECCLESIA.
Os responsáveis católicos sublinham que este modelo da economia não pode ser entendido como uma “economia de pobres para pobres”.
“A economia social e solidária não abdica da relação humana, pois tem a pessoa no seu centro, contribuindo para potenciar o exercício da cidadania e a consciencialização social. Obriga a uma reorganização política e social”, sustentam os representantes da Cáritas Portuguesa.
Perante relevância que a economia social e solidária tem no PIB de cada país, foi proposta, como já aconteceu no Brasil, a criação de “uma Secretaria de Estado para a Economia Social”.
Os trabalhos, na Ilha de Santiago, começaram no último dia 7.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Marina Almeida, secretária geral da Cáritas de Cabo Verde, e anfitriã deste fórum, destaca a oportunidade de as Cáritas lusófonas debaterem novas ideias e propostas para o seu trabalho, sobretudo ao nível do continente africano.
“Nota-se a ausência de algumas Cáritas, sobretudo em África, em reuniões de grupos de trabalho, também na própria Cáritas-África. E às vezes é difícil gerir isso. Nós estamos lá não só como país mas também para defender a comunidade lusófona que se sente um pouco lesada nestes espaços”, sublinhou aquela responsável.
G.I./Eclesia:JCP/OC