Cáritas Portuguesa assinala Dia Internacional dedicado a este tema.
A Cáritas Portuguesa chama a “atenção” para a “recusa de conhecimento corresponsável da pobreza” e a “ausência de atuação sistemática” nas suas causas que considera “duas lacunas graves”, numa mensagem pelo Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
“As instituições e comunidades cristãs procedem como se não conhecessem os pobres existentes em cada localidade e no país. Não procedem ao conhecimento estatístico, resultante do contacto direto de proximidade e ajuda”, alerta a instituição católica.
Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, por Eugénio Fonseca, acrescenta que “não procedem ao conhecimento estatístico”, resultante do contacto direto de proximidade e ajuda, e “não refletem regularmente sobre este assunto”, visando soluções assistenciais e estruturais.
“Tal «desconhecimento» verifica-se, aliás, na generalidade das outras instituições, bem como no meio académico, no Estado central e nas autarquias locais”, observa a Cáritas Portuguesa que constata que o cristianismo existe “há cerca de dois mil anos” e o tema dos pobres é central na mensagem cristã.
Para a organização, “quase toda a gente” atribui enorme relevância às estatísticas de base científica sobre a pobreza e ignoram a pobreza que está a seu lado, “o enorme esforço diário dos pobres e de quem os ajuda”.
“Numa leitura otimista, dir-se-á que existe hoje uma consciência generalizada acerca da injustiça da pobreza e do imperativo da sua erradicação, em contrapartida, escasseiam a consciência coletiva e a ação consequente”, explica a instituição católica.
A Cáritas Portuguesa exemplifica que a publicação, “meritória”, da Carta Social, no âmbito do Ministério do Emprego e da Solidariedade e Segurança Social é significativo de “omissões” porque “falta a referência às listas de espera, às necessidades não atendidas por respostas adequadas, à sustentabilidade efetiva das respostas existentes”.
Neste contexto, realça ainda que a Assembleia da República “não vem cumprindo” as Resoluções adotadas em 2008 com vista ao “acompanhamento da situação de pobreza em Portugal”, e tendo em conta que “conduz à violação dos direitos humanos”.
“Numa leitura otimista, dir-se-á que existe hoje uma consciência generalizada acerca da injustiça da pobreza e do imperativo da sua erradicação”, analisa a organização católica que considera que, em contrapartida, “escasseiam a consciência coletiva e a ação consequente”.
“A Cáritas Portuguesa não deixará de atribuir-lhes toda a prioridade”, conclui a mensagem enviada pelo presidente da instituição, Eugénio Fonseca, no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
G.I./Ecclesia:CB