Responsável católica pelo setor em Portugal diz que há um grande desafio de diálogo e cooperação.
A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) diz que fomentar o trabalho em rede, na resposta às interpelações dos refugiados, dos imigrantes e emigrantes, é um dos “grandes desafios” do setor.
“Que ninguém fuja das responsabilidades, que ninguém deixe de meditar, de se inspirar na palavra, que ninguém deixe de escutar e de conhecer quem tem ao seu lado, e que ninguém deixe de conhecer o que diz o magistério da Igreja, porque aqui o desafio é que ela fale a uma só voz”, refere Eugénia Quaresma, em entrevista à Agência ECCLESIA, relacionada com o encontro nacional de agentes sociopastorais das migrações que começa hoje em Lisboa.
A responsável frisa que “não chega trabalhar sozinho” e realça a importância de nenhuma instituição “fugir à sua responsabilidade” nesta matéria.
“Há um grande desafio de diálogo, de articulação, entre instituições, entre sociedade civil, entre Estados, entre não-crentes, entre diferentes confissões religiosas”, aponta, para quem cada um é chamado a responder “consoante as suas possibilidades”.
Nos últimos três anos, Portugal acolheu cerca de 1600 refugiados, no âmbito do programa de relocalização da União Europeia.
A diretora da OCPM saúda o envolvimento do país na procura de soluções para a crise de refugiados, à qual nem Igreja nem sociedade civil foram “indiferentes”, mas lembra que o trabalho a fazer não envolve somente “os refugiados, mas também os imigrantes e emigrantes”.
O tema do encontro de agentes sociopastorais do setor das Migrações, que tem lugar no Seminário de Alfragide, é ‘Partilhar a Viagem: Acolher, proteger, promover e integrar os refugiados’.
A ideia foi juntar na mesma temática a campanha “Partilhar a Viagem”, lançada em setembro de 2017 pela Cáritas a nível internacional – que pretende durante os próximos dois anos despertar consciências e estreitar as relações entre refugiados, migrantes e a sociedade em geral -, e a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado (14 de janeiro) – que apresenta como verbos fundamentais “acolher, proteger, promover e integrar”.
“Partilhando a viagem nós conseguimos operacionalizar estes quatro verbos, que é a grande proposta do Papa Francisco”, salienta Eugénia Quaresma.
No programa do encontro, que se prolonga até este domingo, destacam-se temáticas como “Acolher migrantes e refugiados: Experiências, surpresas e desafios”; “Proteger: em defesa dos direitos e da dignidade de todos”; “Promover o desenvolvimento integral dos migrantes e refugiados” e “Integrar para enriquecer”.
A iniciativa conta, entre outros oradores, com a participação de Martina Liebsch, da Cáritas Internacional; e de D. António Vitaliano, membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que irá presidir no domingo a uma Missa com todos os participantes.
G.I./Ecclesia:HM/JCP