Papa Francisco presidiu a oração mariana em Trujillo, antes do regresso a Lima.
O Papa encerrou ontem a sua passagem por Trujillo, no norte do Peru, com uma homenagem à Virgem Maria, “Mãe Mestiça”, sublinhando a devoção mariana das comunidades católicas locais.
“É motivo de esperança ver como a Mãe assume os traços dos filhos, as vestes, o dialeto dos seus, para os tornar participantes da sua bênção. Maria será sempre uma Mãe mestiça, porque no seu coração encontram lugar todas as raças, porque o amor procura todos os meios para amar e ser amado”, disse, na celebração de homenagem à ‘Virgen de la Puerta’, na Praça de Armas.
Francisco falou num “santuário a céu aberto”, com a presença de várias imagens de culto vindas da região norte do Peru.
“Cada comunidade, cada cantinho desta terra, vem acompanhado pelo rosto dum Santo, pelo amor a Jesus Cristo e à sua Mãe. E pensar que, onde há uma comunidade, onde há vida e corações palpitando ansiosos por encontrar motivos de esperança, motivos para o canto, para a dança, para uma vida digna… lá está o Senhor, lá encontramos sua Mãe e também o exemplo de muitos Santos que nos ajudam a permanecer alegres na esperança”, assinalou.
O pontífice sustentou que “a linguagem do amor de Deus” se manifesta sempre em “dialeto”, mostrando a ternura divina que “quer estar perto de cada aldeia, de cada família”, de todos.
Francisco evocou a devoção dos habitantes de Trujillo por Nossa Senhora, o que os levou a colocar uma imagem da Virgem por cima de uma porta, que “os defendeu e protegeu das ameaças que os afligiam”.
A intervenção apelou depois à continuação da dinâmica do Jubileu da Misericórdia que a Igreja Católica viveu entre 2015 d 2016.
“Não há um remédio melhor para curar tantas feridas do que um coração capaz de misericórdia, um coração capaz de ter compaixão perante o sofrimento e a desgraça, perante o erro e a vontade de se levantar de muitos, que frequentemente não sabem como fazê-lo”, precisou.
Após a oração mariana, o Papa coroou a imagem de Nossa Senhora, seguindo depois para o aeroporto de Trujillo para regressar a Lima.
Já na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé), onde fica alojado, Francisco saudou durante vários minutos as pessoas que esperavam por si, subindo depois à varanda para abençoar a multidão e dizer que já era hora de voltar para casa e “deixar dormir” as pessoas que vivem nas redondezas da representação diplomática.
O Papa iniciou esta segunda-feira, no Chile, a sua 22ª viagem internacional, que se conclui no domingo, na capital do Peru, onde chegou na tarde de quinta-feira.
G.I./Ecclesia:OC