Relatório «Os jovens na Europa precisam de um Futuro» é apresentado esta terça-feira, em Lisboa.
A Cáritas Portuguesa apresenta hoje o relatório ‘Os jovens na Europa precisam de um Futuro’, no qual aponta cinco recomendações em defesa das novas gerações, após análise de testemunhos reais de atendimentos na rede da organização católica.
Um jovem que “procura emprego há dois anos para começar uma vida independente”, outra jovem que “durante dez anos tem trabalhos precários” ou uma jovem estudante de Medicina em Coimbra, longe de casa, com “dificuldades para pagar as propinas, alojamento e transportes públicos” são alguns dos testemunhos reais presentes no relatório que demonstram situações que chegaram e foram apoiadas pela Cáritas, servindo agora para a “análise à atual situação social dos jovens portugueses integrada numa visão europeia”, como pode ler-se no documento.
O “desemprego jovem é um flagelo que atinge muitas famílias”, condiciona os “sonhos e aspirações da juventude em Portugal” e “compromete o futuro do país”.
O relatório dá a conhecer os desafios de Portugal em relação à pobreza e à exclusão social,apresenta uma realidade juvenil com poucas oportunidades de emprego e empregos precários, custos elevados na educação e sobrecarga com custos de habitação, tendo em conta os jovens com idades entre os 18 e os 29 anos
“As oportunidades de emprego e níveis salariais que diminuíram desde 2008”, jovens “retidos em programas de estádio sem proteção social”, famílias que não conseguem suportar as “despesas relativas com o estudo dos filhos” e a incapacidade de “aquisição de habitação devido a custos muito elevados”.
Considerando a população juvenil de 1,7 milhões de pessoas são apontados 14% com abandono escolar precoce, 20,8% em situação de desemprego e 33,5% queixam-se de sobrecarga com custos de habitação.
Outro dado a reter é a percentagem de jovens em risco de pobreza que é apontada em 29,4%, acima da média da União Europeia (28,1%), onde se integram os jovens desempregados, trabalhadores, estudantes e portadores de deficiência.
“Promover níveis salariais dignos, incluindo medidas para a criação de emprego e alargar a proteção social em caso de desemprego; prevenir a precariedade laboral; conceder oportunidades iguais no acesso à educação e prosseguimento dos estudos. Facilitar a habitação a preços acessíveis, visando uma vida independente e desenvolver uma estratégia nacional para promover a participação cívica dos jovens”, são as cinco recomendações apresentadas pelo estudo.
As metas apontadas são ainda desenvolvidas apontando os problemas a que podem dar solução, os argumentos que justificam cada medida, a agência governamental que a pode implementar e a forma como a Comissão Europeia pode apoiar cada recomendação.
A apresentação deste relatório insere-se na Semana Nacional Cáritas que decorre até dia 4 de março.
As propostas são divulgadas a partir das 10h30, no auditório Mário Murteira, no ISCTE-IUL, em Lisboa.
Os oradores são o secretário-geral da Cáritas Europa, Jorge Nuño Mayer; Eugénio Fonseca; e a chefe de representação da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Alves.
G.I./Ecclesia:SN