Secretário-geral do Sínodo apresentou documento resultante da reunião pré-sinodal.
Os jovens querem uma Igreja “transparente”, que “reconheça os erros do passado” e que “dialogue com a modernidade”.
A síntese do documento que resulta da reunião pré-sinodal, que desde o dia 19 juntou 305 jovens para preparar a próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, em outubro, foi apresentado esta manhã no Vaticano pelo secretário-geral da assembleia sinodal, cardeal Lorenzo Baldisseri.
O texto apresenta “um grande desejo de transparência e credibilidade”, em particular “dos pastores”, e pede que a Igreja “saiba reconhecer com humildade os erros do passado e do presente e se empenhe com coragem a viver o que professa”.
O responsável assinalou que os jovens procuram educadores “com rosto humano”, disponíveis para “reconhecer a sua fragilidade”.
Numa outra “categoria fundamental do documento” que apresenta a vocação, discernimento e acompanhamento, está patente o quanto os jovens de hoje “sofrem com a falta de acompanhamento que os ajude a percorrer a estrada da sua vida” e pedem à comunidade cristã que “assuma a responsabilidade” desta necessidade enquanto “guias autorizados”.
Os jovens, sublinha o cardeal Baldisseri, falam numa Igreja jovem.
“Os jovens definem-se no plural como Igreja jovem que não está em confronto com uma Igreja de adultos, mas dentro da Igreja”, indica o responsável.
Dividido em três temas, o documento apresenta uma parte onde são desenvolvidos os desafios e oportunidades dos jovens no mundo de hoje; uma segunda acerca da fé e da vocação, do discernimento e acompanhamento dos jovens; e uma terceira sobre as atividades formativas e pastorais da Igreja.
O cardeal Lorenzo Baldisseri indicou o desejo de uma Igreja “extrovertida”, empenhada em “dialogar sem preconceitos com a modernidade”, em particular com o mundo das novas tecnologias, “cujo potencial deve ser reconhecido e o uso correto orientado”.
O secretário geral do Sínodo regista ainda uma frase do documento: «Uma igreja atrativa é uma Igreja relacional» e que os jovens preconizam uma instituição de “diálogo, acolhimento, renovamento e de escuta”, “tal como o Santo Padre pede desde o início do seu ministério petrino”.
Segundo o cardeal Baldisseri, os jovens deram nestes dias uma demonstração de “grande seriedade, de procura apaixonada por um sentido, de generosa abertura e espontaneidade”.
O responsável assinala ainda a “confiança na Igreja” e as “expetativas” que os jovens depositam nela.
O documento vai ser entregue este domingo ao Papa Francisco por um jovem do Panamá, cujo país irá acolher a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2019.
Na conferência estiveram ainda a irmã Natalie Becquard e três jovens participantes na reunião pré-sinodal, o indiano Percival Holt, a jovem de origem ganesa, residente na Itália Laphidil Twumasi e Briana Santiago, natural dos Estados Unidos da América.
G.I./Ecclesia:LS