Papa Francisco diz que todos devem honrar objetivos assumidos nos Acordos de Paris.
O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano um maior compromisso ecológico de governos e instituições financeiras internacionais, exigindo que todos honrem os objetivos assumidos no Acordo de Paris (2015).
“Todos sabemos que muito deve ser feito para concretizar este acordo. Todos os governos deveriam esforçar-se para honrar os compromissos assumidos em Paris para evitar as piores consequências da crise climática”, declarou, perante os participantes no simpósio internacional ‘Salvar a nossa casa comum e o futuro da vida na terra’, que assinala o 3.º aniversário da encíclica ‘Laudato Si’.
Francisco assinalou que a redução das emissões de gás com efeito de estufa exige “honestidade, coragem e responsabilidade”, sobretudo por parte dos países “mais poderosos e mais poluidores”.
“Não podemos dar-nos ao luxo de perder tempo neste processo”, alertou.
O Papa falou no perigo de deixar às novas gerações “ruínas, desertos e lixeiras”, pelo que apelou a uma ação concertada de “ecologia integral”.
O Vaticano recebe desde quinta-feira um simpósio sobre a ecologia, projetando encontros internacionais que se vão realizar nos próximos meses, como a conferência da ONU sobre as mudanças climáticas ‘COP24’, em dezembro (Katowice, na Polónia), e a Cúpula da Ação Climática Global.
Alista de oradores inclui ativistas e economistas, além de figuras como o novo cardeal peruano Pedro Barreto, da rede eclesial pan-amazónica; o cardeal Charles Bo, arcebispo de Rangum, Mianmar; o arcebispo metropolita ortodoxo John Zizioulas; ou o professor Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research (Alemanha).
O Papa agradeceu aos participantes que se reuniram para “ouvir com o coração o clamor cada vez mais angustiante da Terra e dos seus pobres, em busca de ajuda e responsabilidade”.
Francisco pediu o envolvimento da sociedade civil e de instituições financeiras, fazendo votos de que o Encontro sobre a Ação Global de São Francisco (EUA), em setembro, possa oferecer respostas adequadas, com o apoio de grupos de pressão de cidadãos de todas as partes do mundo.
A intervenção recordou as responsabilidades de organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, que podem contribuir para uma mudança do “paradigma financeiro”, para um desenvolvimento “mais inclusivo e sustentável”.
Do ponto de vista católico, o Papa citou os dois Sínodos que terão como protagonistas grupos diretamente envolvidos na conversão ecológica, os jovens e os povos indígenas, de modo especial os da Amazónia.
“Continuem a trabalhar pela mudança radical que as presentes circunstâncias impõem. A injustiça não é invencível, concluiu.
G.I./Ecclesia:OC