Objetivo é «contribuir para aliviar a grave situação em que o povo sírio se encontra».
A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) aprovou um novo pacote de apoio à Síria, com cerca de “40 projetos de assistência pastoral e de emergência”, no valor de “mais de três milhões de euros”.
Numa nota publicada hoje na sua página online, o secretariado português da AIS explica que com esta iniciativa, a nível internacional, o organismo católico espera “contribuir para aliviar a grave situação em que o povo sírio se encontra”.
Recorde-se que a Síria vive em clima de guerra civil há perto de oito anos, sendo hoje um país devastado pelos conflitos e lutas de poder, entre o regime do presidente Bashar al-Assad e a oposição.
Também tem sido um território fértil para o crescimento da discriminação étnica e religiosa, sob a égide do Estado Islâmico e tendo como alvo os cristãos e outras comunidades minoritárias na região.
Pelo meio, como consequência de toda esta instabilidade e violência, viu ainda serem-lhe impostas várias “sanções económicas”, com especial relevo para o “embargo de produtos petrolíferos”, acrescenta a AIS.
Os referidos três milhões de euros vão ser aplicados no “apoio básico e assistência médica” às “famílias carenciadas e deslocadas em várias partes do país, especialmente na região de Alepo e de Homs”.
“Esta ajuda de emergência visa também procurar estancar a saída de cristãos do país, uma consequência não só da guerra, mas também da penúria económica que se vive na Síria”, pode ler-se.
Destaque ainda para o facto de “um quarto de todos os novos projetos aprovados pela AIS” terem como alvo “as necessidades das crianças e dos jovens” no país.
Neste caso, trata-se de “projetos que passam pela atribuição, por exemplo, de bolsas de estudo, especialmente para os jovens de famílias que deixaram de ter meios para financiar a educação dos seus filhos, não só a nível da educação básica como também universitária”.
A AIS prevê que, ainda ao longo deste ano, perto de 1800 alunos do ensino básico, secundário e universitário possam “beneficiar deste projeto de apoio internacional”.
O plano não esquece também as crianças que, por serem provenientes de famílias mais pobres, não têm acesso à educação, ou aquelas cuja vida está ensombrada pelos estigmas da guerra.
Nestes casos, está prevista para já a concessão de apoios para “a escolarização de crianças de cerca de 300 famílias particularmente carenciadas na região de Damasco”, e o apoio a “crianças órfãs e doentes”.
Está a ser implementada ainda na cidade de Alepo a campanha ‘Deixe-me viver a minha infância’, que “procura auxiliar diretamente crianças e jovens traumatizados pela guerra”.
Esta campanha prevê que as crianças tenham acesso a brinquedos, roupas, livros e outros bens “insubstituíveis” para a vivência da sua infância.
Vão acontecer também diversos cursos de Verão para jovens em Alepo, envolvendo a colaboração da Igreja Católica Moronita e da Igreja Ortodoxa Síria.
A nível mais de infraestruturas, e tendo em conta o grau de destruição que a guerra civil tem provocado, prosseguem também no país os trabalhos de reabilitação de casas e de outros edifícios, incluindo locais de culto.
De acordo com a Fundação AIS, foram aprovados “cerca de 500 mil euros para projetos de reparação ou reconstrução de igrejas e mosteiros, incluindo a catedral Maronita e a catedral Sírio-Católica, ambas situadas em Aleppo, bem como para a formação de seminaristas e o apoio ao clero local”.
Desde março de 2011, altura em que estalou a guerra civil na Síria, já morreram mais de 510 mil pessoas no país.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, pelo menos 85 por cento das vítimas terão sido provocadas por ataques do governo sírio ou das forças aliadas ao regime de Bashar al-Assad.
G.I./Ecclesia:JCP