Simpósio Nacional do Clero afirma necessidade de «conversão de corações e de motivações» dos sacerdotes.
Encontro assinala os 25 anos da realização desta iniciativa. O presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios afirmou que a “presença significativa” de sacerdotes no Simpósio do Clero é sinal sua “força profética” e afirma a necessidade da “conversão de corações e de motivações”.
“Nestes tempos em que algumas notícias e acontecimentos têm ensombrado o ministério sacerdotal, a nossa presença significa que acreditamos na santidade do sacerdócio e na sua força profética”, afirmou D. António Augusto na sessão de abertura do Simpósio do Clero.
O presidente da comissão da Conferência Episcopal Portuguesa que dinamiza iniciativas dirigidas ao clero, manifestou a “comunhão com o Papa Francisco” e a partilha do “seu sonho de um renovado impulso missionário para a Igreja”, a conquistar sobretudo pela “conversão dos corações”.
“A concretização deste sonho requer conversão pastoral de estruturas e metodologias e sobretudo requer a conversão de corações e de motivações”, sublinhou.
Na apresentação do tema do Simpósio do Clero, D. António Augusto afirmou que vão ser analisadas questões que se colocam à formação sacerdotal”, nomeadamente a “vida espiritual” por ser “eixo de toda a vida sacerdotal”.
“Desejo que este simpósio represente também um forte estímulo à renovação do estilo de vida sacerdotal, incentivando a cada um a descobrir a alegria de ser padre e seja um estímulo à santidade”, sublinhou.
O Simpósio do Clero assinala os 25 anos da realização desta iniciativa, cuja história foi evocada por D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, lembrando os “Encontros de Mira”, que estão na sua origem, e o propósito de se aproximar do “quotidiano dos sacerdotes”, valorizando por isso o “espaço para o debate” e a “vivência espiritual”.
Na sessão de abertura, o cardeal-patriarca de Lisboa evocou o percurso de D. António Francisco dos Santos, falecido no dia 11 de setembro de 2017, anterior presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministério.
D. Manuel Clemente destacou a proximidade do anterior bispo do Porto, que “tinha sempre tempo para todos”, a “natureza pascal do ministério” sacerdotal que defendia e o “ânimo para prosseguir” que demonstrou nas várias responsabilidades que assumiu.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, as três caraterísticas da biografia de D. António Francisco dos Santos são um testemunho para todos os sacerdotes, “especialmente agora”.
D. Manuel Clemente referiu-se aos acontecimentos “graves e patentes” que se referem a membros do clero, afirmando a necessidade de uma “conversão e correção permanentes” a partir do “Evangelho de Cristo”.
O Simpósio do Clero decorre em Fátima até quinta-feira, dia 6 de setembro, e conta com a presença do prefeito e do secretário da Congregação para o Clero, do Vaticano, respetivamente cardeal Beniamino Stella e o bispo Jorge Carlos Patrón Wong.
Na sessão de abertura do Simpósio do Clero foi lida uma carta dos bispos de Portugal enviada ao Papa, onde manifestam apoio a Francisco e se comprometem a erradicar as causas da “chaga” do abuso de menores por membros responsáveis da Igreja.
G.I./Ecclesia:PR