A irmã Alessandra Smerilli, professora na Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação ‘Auxilium’ de Roma, e que está a participar no Sínodo dos Bispos, diz que “a Igreja Católica precisa de uma visão feminina”.
“Precisa-se da visão feminina na Igreja, no trabalho e na sociedade. Todas nós devemos colocar-nos a caminho, para não ver a realidade como um monólito”, frisa a religiosa, em entrevista à Rádio Vaticano.
No Sínodo dos Bispos dedicado aos ‘jovens e ao discernimento vocacional’, que está a decorrer em Roma até dia 28 de outubro, estão presentes sete irmãs religiosas, entre “cerca de 30 mulheres, incluindo mães e esposas”.
De acordo com a irmã Alessandra Smerilli, as mulheres presentes “são poucas” mas têm sido “muito ouvidas”.
“Em particular nos grupos de trabalho há espaço para o diálogo, para fazer propostas, para confrontar vários pontos de vista, e é muito importante, porque é o que os jovens nos pedem”, salienta a religiosa ligada à congregação das Filhas de Maria Auxiliadora.
Sobre a intervenção das mulheres no Sínodo dos Bispos, está a circular um abaixo-assinado na internet no sentido de “as religiosas terem direito a votar o documento final” do encontro.
Esta não é a primeira vez que o Sínodo dos Bispos conta com presença feminina, já foi assim na assembleia sinodal dedicada à Família, em 2015, no entanto as mulheres podem assistir aos trabalhos, podem-se pronunciar, mas não podem votar.
Segundo a irmã Alessandra Smerilli, a questão do voto feminino no Sínodo é “um processo que começou agora e que não vai parar por aqui”.
“Talvez seja um processo lento mas temos visto progressos e por isso encaramos esta questão com muita confiança”, completou.
G.I./Ecclesia:JCP