Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

[Embora o evento tenha acontecido quase há um mês, só agora é ´registado aqui, porque só agora chegou a fotografia solicitada então.]

 “Este é um dia para ser vivido em verdadeira comunhão dos Santos e em comunhão com a Igreja peregrina e missionária, que também está  aqui nesta tarde para lembrar todos os feridos do corpo ou da alma, do espírito ou da mente, que após tão trágico incêndio colocam todos os esforços e fé para retomar as suas vidas, os seus bens e os próprios postos de trabalho que perderam porque ficaram destruídos. Fostes uns heróis porque das cinzas e do nada estais a fazer renascer uma nova vida.”

Esta afirmação de D António Luciano esteve sempre presente ao longo da homilia da Eucaristia de sufrágio, memória e ação de graças pelas vítimas dos incêndios, celebrada ontem [15.10.2018], às 18:30, em Santa Comba Dão.

“Reunimo-nos nesta tarde como Igreja e pessoas de bem, neste Pavilhão dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão para celebrarmos a Eucaristia por todos aqueles que morreram vítimas dos incêndios de 15 de Outubro de 2017.  Também rezamos por todos aqueles que ficaram feridos, mergulhados na dor e no sofrimento e perderam os seus familiares, amigos e até os próprios bens. Foram dezasseis as vítimas dos incêndios, com mais duas pessoas no acidente [da A25], o que perfaz o número de dezoito pessoas que morreram na Diocese de Viseu, incluindo os de Mortágua que são do nosso distrito e não da diocese. (…) Em Cristo Ressuscitado está toda a nossa esperança e confiança: “Eu sou a ressurreição e a Vida”, disse Jesus. Nós acreditamos que Só Ele nos dá a verdadeira vida, a vida Eterna, por isso, celebramos o dom da vida destes irmãos e em memória agradecida sufragamos as suas almas”, afirmou.

Saudando o Arcipreste e pároco de Santa Comba Dão, Padre Carlos Casal, restante clero, o Presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, com todos os seus vereadores e funcionários, o Presidente da Assembleia Municipal e demais membros, tal como o Presidente da Comunidade Interurbana das Beiras, e os Presidentes de Junta do concelho de Santa Comba Dão, saudou também os Presidente  e Comandante dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão, e  “todo o Corpo de Bombeiros desta Corporação, os nossos soldados da paz”.

Saudações ainda para o Diretor da Proteção Civil Municipal, Comandante da GNR, Diretora do Agrupamento de Escolas, e demais autoridades civis, institucionais e associações deste concelho presentes: “Que Deus a todos nos recompense pelo trabalho realizado por tão grande causa.” (…)

Afirmou, depois, que “a oração de sufrágio e memória agradecida por aqueles que partiram e por aqueles que tanto sofreram encontra um sinal de esperança na homenagem prestada no exterior desta casa [rotunda junto ao Quartel] e na simbologia das velas que se acenderam. (…) Este foi um momento muito sentido e vivido que nos preparou espiritualmente para a vivência desta Eucaristia, onde a partir da Carta aos Romanos ouvimos estas palavras: “Também o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos o que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis”. Estas palavras dão-nos alento, porque Deus não é insensível às nossas dores e porque também nós “possuímos as primícias do Espírito” e gememos nas nossas dores e fragilidades”. (…)

  1. António justifica assim a sua presença: “A presença amiga, próxima, orante e fraterna do vosso Pastor, do vosso Bispo, quer significar nesta hora, muita esperança, saúde e paz para todos. (…) não podemos ser insensíveis à destruição das suas casas, dos seus próprios bens e postos de trabalho. Que Deus recompense todos aqueles que fizeram o bem e os ajude pelo testemunho de vida e de fé que deram, para com tanta força de vontade e resiliência fazerem renascer das cinzas algo de novo, uma vida nova.” (…)

Recordar o bem que recebemos destes irmãos e o bom exemplo que nos deram, é uma forma eclesial de professarmos a nossa fé. (…)

Referindo os esforços feitos e em curso, D. António lembrou “a solidariedade e a partilha de tantas pessoas amigas e anónimas que nos ajudaram, tantas instituições da Igreja, a Cáritas, do Estado, da Câmara Municipal, dos Bombeiros, da Proteção Civil, GNR  e de outras instituições, associações de solidariedade que  ajudaram a dar um rosto novo a estas terras reduzidas a cinza”.

E, a terminar, vincou que “ainda há muito que fazer, mas em atitude orante temos que agradecer tanta generosidade e bem que recebemos.  Continuemos a pedir para que, na dimensão da esperança evangélica e do bem comum, possa ajudar todos aqueles que foram vítimas de tão nefastos sinistros”.

E concluiu convidando “todos a olhar para o alto numa atitude de silêncio interior e agradecer de todo o coração o bem que Deus nos concede e a pedir por intercessão de Nossa Senhora da Assunção, neste mês do Rosário e Missionário, que nos “livre de todos os perigos”, cuide de nós neste vale de lágrimas, Ela que é a Virgem gloriosa e Bendita”.

G.I.

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