Porta-voz do episcopado diz que «não está previsto» realizar uma investigação de âmbito nacional e referiu-se à realização das Jornadas Mundiais da Juventude em Portugal
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reiterou hoje a “disponibilidade ativa” do episcopado para escutar possíveis vítimas de abusos por membros do clero e disse que “não está previsto” que se realize uma investigação nacional, mas nas dioceses.
Em declarações à comunicação social após a realização da reunião do Conselho Permanente da CEP, o padre Manuel Barbosa afirmou que cada caso é da “competência de cada diocese” e que “a Conferência Episcopal não faz uma compilação” nacional.
O secretário e porta-voz dos bispos de Portugal defendeu a “transparência, prevenção e investigação” de cada caso e que se levem “seriamente os processos até ao fim”, sublinhando é necessário analisar “cada caso”.
“Cada bispo está disponível e sempre esteve para acolher e escutar possíveis vítimas. Os que são conhecidas já escutaram esses casos. O presidente da CEP fará eco dessa escuta”, afirmou o padre Manuel Barbosa.
“Esperamos por este encontro em que o Papa pediu a todos os presidentes das conferências para se reunirem para abordarem e continuarem a enfrentar com todo o rigor este assunto que é gravíssimo e que é preciso extirpar da nossa vida social e da própria Igreja”, acrescentou o secretário da CEP.
O Papa Francisco convocou os presidentes das conferências episcopais para um encontro no Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, dedicado ao tema da “proteção dos menores”; no dia 18 de dezembro, a comissão organizadora do encontro enviou uma carta a cada participante pedindo-lhe para “seguir o exemplo do Papa Francisco” encontrando-se com as vítimas de abusos e solicitando respostas a “um breve questionário”.
No encontro com jornalistas, o padre Manuel Barbosa reiterou a “disponibilidade para escutar, com abertura e transparência, possíveis vítimas”, seguindo as diretrizes da Conferência Episcopal Portuguesa publicadas em 2012, referindo que isso depende do “bispo diocesano” e “naturalmente o presidente da conferência terá isso em conta”.
“Esperemos pelo encontro de fevereiro, onde haverá certamente orientações e na Assembleia de Abril é normal que esse encontro seja abordado”, acrescentou.
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa vai reunir de novo em fevereiro, antes do encontro no Vaticano; a assembleia de todos os bispos de Portugal tem início no dia 29 de abril e decorre até ao dia 2 de maio
Em declarações aos jornalistas no fim do COnselho Permanente de hoje, o padre Manuel Barbosa referiu-se também à candidatura do Patriarcado de Lisboa à realização das Jornadas Mundiais da Juventude em Portugal, afirmando a “disponibilidade ativa” da Diocese de Lisboa e da Conferência Episcopal Portuguesa para “acolher essas jornadas em 2022.
“Só no dia 27 de janeiro o Papa dirá se se vão realizar em Portugal ou não. Esperemos que sim, o que implica um desafio para preparar essas jornadas”, concluiu.
O porta-voz da CEP disse que a delegação de Portugal nas Jornadas Mundiais da Juventude do Panamá, que decorrem entre os próximos dias 22 e 27, é composta por “centenas de jovens”, “alguns sacerdotes” e seis bispos: D. Manuel Clemente, D. Joaquim Mendes, D. José Cordeiro, D. Manuel Felício, D. Nuno Almeida, D. Virgílio Antunes.
G.I./Ecclesia: HM/TAM/PR