Congresso da UMP vai analisar Lei de Bases em discussão na Assembleia da República.
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) pede “clareza” ao Estado sobre a relação com setor social na área da saúde e “equilíbrio” na gestão dos parceiros.
“O reforço de saúde não se pode fazer à custa do serviço nacional de saúde, dos outros parceiros que tradicionalmente colaboram com o Estado na prestação dos cuidados aos cidadãos, como é o setor social e muito em particular das Misericórdias”, afirma Manuel lemos, Presidente da UMP em declarações às Agência ECCLESIA.
“As Misericórdias investiram milhões de euros na rede de cuidados continuados. Se nos dizem que somos supletivos, o que fazemos? Precisamos de clareza, não só para aquilo em que acreditamos, para os cuidados que prestamos e também para os trabalhadores que precisam de estabilidade”, acrescenta o responsável sobre uma situação que vai estar em discussão no Congresso das Misericórdias, que teve início esta quinta-feira, no Algarve.
Na agenda vai estar a Lei de Bases de Saúde, presentemente em discussão na Comissão da especialidade na Assembleia da República, para além do trabalho das Misericórdias no âmbito do desenvolvimento local e apoio domiciliário medicalizado.
“A Lei de Bases de Saúde é importante mas a lei de bases da economia social também o é e foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República e diz que o Estado tem a obrigação de aproveitar a capacidade instalada do setor social”, avança ainda Manuel Lemos.
A reunião no Algarve vai, durante três dias, ter por tema «Missão, Rigor e Compromisso» e é descrito pelo Presidente como uma ocasião para sinergias, troca de experiências sobre os diferentes trabalhos.
“Tendo consciência de que não há duas Misericórdias iguais, cada uma responde às suas necessidades e Portugal é um país muito diverso: há um traço decisor comum muito presente na nossa missão: não há ilhas, todos tratamos de tudo e faz com que os provedores tenham confiança na sua missão”.
Manuel Lemos destaca ainda o trabalho feito na área da deficiência e do envelhecimento: “Os números da demografia são claros, vai haver um agravamento e quando as pessoas ficam frágeis há que ter outros para as cuidar. Não desmobilizaremos”.
G.I./Ecclesia:HM/LS