Bispos falam de instituições em risco de fechar.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou hoje em Fátima ao “cumprimento” dos compromissos assumidos pelo Estado com as IPSS, da Igreja Católica e não só, para que estas possam cumprir a sua missão.
“O Estado tem de cumprir atempadamente as suas obrigações neste setor”, declarou o padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, em conferência de imprensa que decorreu no final do encontro mensal do Conselho Permanente do organismo episcopal.
O responsável assinalou que existem Instituições de Solidariedade “asfixiadas” por não receberem a tempo os apoios da Segurança Social e Centros Sociais em “risco de fechar”, com atrasos de vários meses.
O porta-voz da CEP destacou o “serviço” que estas instituições prestam, muitas vezes em locais onde não existam alternativas, esperando que o Estado cumpra “as regras” que estão estipuladas.
Em dezembro, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) disse à Agência ECCLESIA que o Estado tem de olhar com mais atenção para este setor, falando em risco de encerramento e despedimentos.
“Se o Estado não voltar para aqui o seu olhar, haverá instituições que poderão fechar as portas”, assinalou o padre Lino Maia, no dia em que foi apresentado o estudo “Importância económica e social das IPSS em Portugal”.
Segundo o documento, 41,12% das IPSS tiveram resultados líquidos negativos em 2016; as instituições vivem do financiamento público, que não chega a 50%; do contributo dos utentes, que corresponde a cerca de 32% dos custos; bem como de donativos, abaixo dos 10%, além de rendimentos gerados pelas próprias instituições.
G.I./Ecclesia:CB/OC