Janeth Márquez explica que Igreja Católica e sociedade civil querem «enfrentar a grave crise económica e social».
A diretora da Cáritas da Venezuela afirmou hoje que a organização católica espera “as autorizações necessárias” para que entre a “ajuda humanitária” na escala que o país precisa para “salvar vidas e aliviar o sofrimento do povo”.
“Esperamos que preceda o bem comum e que o trabalho em torno desta ajuda seja realizado com a coordenação e os mecanismos necessários para ajudar sem acrescentar mais confrontos ao que já temos no país”, disse Janeth Márquez, socióloga e politóloga, em declarações à Agência ECCLESIA.
Com mais de 30 anos de experiência em trabalho social na Igreja, a responsável explicou que a Cáritas, a Conferência Episcopal da Venezuela e a Associação de Religiosos e Leigos ainda esperam “uma resposta” para que entre no país a “ajuda humanitária na escala” que precisam para “salvar vidas e aliviar o sofrimento do povo”.
“Nos últimos três anos, a Caritas de Venezuela, juntamente com outras organizações da sociedade civil e a Igreja, solicitou assistência humanitária para enfrentar a grave crise económica e social”, explicou a diretora da organização caritativa da Igreja Católica.
Janeth Márquez adianta que a Caritas da Venezuela investigou as denuncias de que adolescentes e jovens estavam a ser recrutados pelo exército e “não foram confirmados estes casos”.
“O que se confirma são os números de detidos resultantes da repressão vivenciada no país durante as manifestações de 23 de janeiro e que atingem 966 pessoas, das quais 700 permanecem detidas e 47 são estudantes”, desenvolveu a responsável, que articula também o trabalho de 34 Cáritas Diocesanas, 412 Cáritas paroquiais.
A socióloga destaca que essa repressão aconteceu “em áreas populares”, o que “viola os direitos fundamentais”.
No seu sítio online, a Cáritas da Venezuela apresenta a linhas de ação para este ano convencida que apenas o trabalho conjunto dos venezuelanos pode “construir uma sociedade justa, fraterna e de valores cristãos verdadeiros”.
A instituição realça que 2018 foi um ano “de grandes desafios para os venezuelanos” e exemplifica que “sem estruturas de referência” diante de uma situação “económica gravemente deteriorada”, deixaram a população entre o “desamparo e incerteza”, e a Igreja Católica “tem sido um farol”, um reservatório de “esperança, unidade e compromisso”.
G.I./Ecclesia:CB/OC