Presidente da Comissão Episcopal que acompanha Pastoral Juvenil destaca importância de envolver os jovens na ação das comunidades católicas.
O Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), que acompanha Pastoral Juvenil em Portugal, disse hoje que o novo documento do Papa dedicado às novas gerações orienta o caminho para a Jornada Mundial da Juventude de 2022, em Lisboa.
“Esta exortação é um ótimo contributo pastoral para o caminho que temos de fazer, que é um caminho de evangelização”, referiu D. Joaquim Mendes à Agência ECCLESIA.
O bispo auxiliar de Lisboa foi um dos representantes do episcopado católico português na assembleia do Sínodo dos Bispos de 2018, que debateu a relação entre Igreja Católica e novas gerações, no centro da exortação apostólica ‘Cristo Vive’, do Papa Francisco.
Segundo D. Joaquim Mendes, o próprio Papa deu indicações para que a JMJ 2022 tenha um “dinamismo evangelizador, de saída”, pelo que é necessário perceber, “com criatividade, como é que jovens católicos podem convocar outros para esta experiência do encontro com Jesus, do serviço aos últimos, por aí fora”.
“O que já temos claro é que esta Jornada tem de ser um momento forte de evangelização. Tem de ter esta dimensão missionária”, assinalou.
O presidente da CELF considera que o novo documento assinado por Francisco está em continuidade com o Sínodo de 2018, recolhendo os apelos de bispos e jovens.
Esta reflexão com os jovens e sobre os jovens convoca e estimula todo o Povo de Deus, não deixando de fazer também uma exortação às comunidades, para um exame de consciência e para rever os seus critérios pastorais”.
Para o bispo auxiliar, o texto mostra o estilo do Papa, “de proximidade, de ternura, de descer ao coração dos jovens”, numa linguagem acessível que fala à realidade em que os jovens se encontram.
Na exortação, Francisco defende uma “pastoral popular juvenil”, mais “ampla e flexível”, contrariando uma proposta católica “separada das culturas juvenis e apta apenas para uma elite juvenil cristã”.
D. Joaquim Mendes sublinha, a este respeito, que o Papa convoca os jovens para serem missionários dos outros jovens.
“Convoca os jovens para falarem de Jesus Cristo, para o darem a conhecer, convocar os outros para a experiência com Ele. Em relação à evangelização dos jovens, o Papa convoca e desafia, dá indicações concertas sobre como podem fazer para levar os outros a encontrar Jesus Cristo. Os jovens missionários dos jovens”, precisa.
O responsável fala na “bela surpresa” de uma exortação que recolhe os “núcleos temáticos” do Sínodo 2018, com mais de 50 citações do documento final da assembleia, em particular nas áreas do mundo digital, dos migrantes e dos abusos sexuais.
O convite de Francisco, assinala D. Joaquim Mendes, é a “trabalhar em conjunto, caminhar juntos”.
“É uma pastoral juvenil que não fique somente na doutrinação e na formação”, observa.
“São as relações pessoais que evangelizam. Essas relações têm de estar também presentes nas estruturas. Há desafios muito concretos, passos que se podem dar, mudanças que se podem dar já”.
Para o presidente da CELF, é agora necessário “falar deste documento” aos jovens, para que saibam da sua existência, e depois “torná-lo acessível”.
Exemplo desse empenho foi a disponibilização imediata de uma tradução portuguesa, no site da Conferência Episcopal.
“Queremos que chegue a toda a gente”, conclui D. Joaquim Mendes.
A Exortação apostólica pós-sinodal ‘Cristo Vive’, dividida em nove capítulos e 299 pontos, foi assinada a 25 de março, no santuário mariano do Loreto (Itália), na sequência do Sínodo dos Bispos dedicado às novas gerações, que decorreu em outubro de 2018, desejando que a Igreja ouça os jovens e os ajude a encontrar o seu caminho de vida.
G.I./Ecclesia:HM/OC