Igreja Católica denuncia violações de Direitos Humanos e alertam para consequências de sucessivos «apagões».
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) denunciou em conferência de imprensa a existência de violações aos Direitos Humanos no país, acusando o regime presidido por Nicolás Maduro de “crimes contra a humanidade”.
Em nota oficial, enviada hoje à Agência ECCLESIA, os bispos católicos elencam situações relativas a “assassinato e repressão” de indígenas, “deportação forçada” de colombianos e venezuelanos, “prisão ou violação grave de liberdade física”, tortura contra presos “por motivos políticos” e a “imposição intencional” de privação de alimentos e medicamentos à população.
O documento fala em situação de “sequestros” com autorização ou conhecimento do Estado, alertando para a “gravidade da situação”, no que diz respeito à violação dos Direitos Humanos.
“Lamentavelmente, isto acontece na nossa pátria sob o olhar complacente das autoridades, que deveriam velar pelo reto cumprimento e a defesa dos Direitos Humanos”, pode ler-se.
A CEV aponta ainda o dedo à atuação dos chamados “coletivos”, brigadas paramilitares que contam com apoio do regime, considerando “grave, ilegal e irresponsável” que estes sejam chamados para “reprimir” manifestações de protesto.
“O povo está cansado de tantos enganos”, aponta o episcopado católico.
A nota evoca as consequências dos sucessivos “apagões” e da “falta de água potável”, admitindo que situação venha a ter “um caráter catastrófico”, perante a inoperância do Governo.
A ingovernabilidade tem a sua raiz na ilegitimidade do regime. É necessário reconhecer a legitimidade jurídica e moral da Assembleia Nacional para empreender caminhos de entendimento e solução”.
A CEV sustenta que “é hora para a mudança exigida pela imensa maioria dos venezuelanos”, concluindo com novo alerta: “Não há tempo a perder”.
Cerca de 50 países da comunidade internacional, incluindo Portugal, reconheceram o opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, negando a legitimidade do governo liderado por Nicolás Maduro.
G.I./Ecclesia:OC