Papa Francisco fez 19ª visita a paróquias da capital italiana.
O Papa visitou hoje a paróquia de São Júlio, em Roma, onde sublinhou que as dúvidas são parte da vida da fé e que é preciso “rezar” nesses momentos.
“Tive muitas dúvidas, muitas, diante de calamidades, também diante de coisas que aconteceram na minha vida. Muitas. Como é que as superei? Penso que não o fiz sozinho, nunca se pode superar a dúvida sozinho, é preciso a companhia de alguém que nos faça seguir em frente”, disse.
Francisco encontrou-se com vários membros da comunidade católica, para momentos de reflexão e oração, tendo respondido a perguntas colocadas pelos presentes.
“Todos, a certa altura, temos dúvidas, faz parte da vida duvidar. Nesses momentos, temos de apostar na fidelidade de Jesus. É uma fidelidade que nunca desilude, mais tarde ou mais cedo o Senhor faz-se sentir”, assinalou o pontífice, numa intervenção improvisada, falando da sua própria experiência espiritual.
O Papa sustentou que ninguém pode superar esta situação “sozinho” e admitiu que há momentos de “raiva” que podem ser “um modo de rezar”, mesmo quando as pessoas se afastam da oração.
Zangar-se com Jesus é um modo de rezar, é dizer a Jesus: ‘olha para isto, irrita-me’. Jesus gosta de ver a verdade do nosso coração, não finjamos diante de Jesus, é preciso dizer sempre o que sentimos. ‘Tenho esta dúvida, não acredito, tenho isto, aquilo’, falar assim. É uma bela oração. Ele é muito paciente, espera por nós, sempre, mesmo quando caímos”.
Francisco reuniu-se com os vários grupos que formam a comunidade debaixo de uma tenda, dado que devido ao desmoronamento de parte do centro paroquial, os fiéis passaram os últimos três anos realizando as atividades e celebrando a Missa numa estrutura coberta de lona.
Em resposta a uma catequista, o Papa deixou votos de que o Crisma, o sacramento que habitualmente encerra o percurso de formação dos mais jovens, não seja um momento de “adeus”.
“Isso acontece porque os jovens não sabem como administrar as dúvidas. Mas o Crisma deve ser o sacramento da fortaleza que o Espírito Santo nos dá”, precisou.
Francisco encontrou-se com idosos e crianças, tendo confessado três jovens e uma mãe.
Assinalando o final das obras em curso, o Papa presidiu à Missa com o rito de dedicação do altar, sem pronunciar homilia.
Esta foi a 19ª visita de Francisco a uma paróquia de Roma, a Diocese do Papa, desde o início do seu pontificado.
G.I./Ecclesia:OC