Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

«A guerra é entre Deus e o príncipe deste mundo, e não se trata de empunhar a espada, mas de permanecer calmo, firme na fé», disse Francisco.

O Papa Francisco presidiu hoje no Vaticano à celebração do Domingo de Ramos, que dá início à Semana Santa, e alertou para a tentação do “triunfalismo”, a que se opõe o “caminho da humildade”.

“O triunfalismo vive de gestos e palavras, que não passaram pelo crisol da cruz; alimenta-se da comparação com os outros, julgando-os sempre piores, defeituosos, falhados… Uma forma subtil de triunfalismo é a mundanidade espiritual, que é o maior perigo, a mais pérfida tentação que ameaça a Igreja”, disse, na homilia da Missa que decorreu na Praça de São Pedro, perante milhares de pessoas.

No centro da praça, junto ao obelisco, o Papa começou por abençoar as palmas e ramos de oliveira, antes de seguir em procissão para o altar, diante da Basílica de São Pedro.

Francisco apresentou a Paixão de Jesus como “modelo de vida e de vitória contra o espírito do mal”, que todos os cristãos devem seguir, num “confiante abandono ao Pai e à sua vontade de salvação, de vida, de misericórdia”.

A intervenção assinalou que, para chegar ao “verdadeiro triunfo”, é preciso “dar espaço a Deus”, através do “esvaziamento de si mesmo”.

Calar, rezar, humilhar-se. Com a cruz, não se pode negociar: abraça-se ou recusa-se. E, com a sua humilhação, Jesus quis abrir-nos o caminho da fé e preceder-nos nele”.

O Papa falou numa “noite da fé”, nos momentos do sofrimento, que permite o despontar da “aurora da ressurreição”.

Evocando o contraste entre as “aclamações festivas” da multidão e o “encarniçamento feroz” de quem se opunha a Jesus, Francisco sublinhou o silêncio “impressionante” de Cristo na sua Paixão, que “vence inclusivamente a tentação de responder, de ser mediático”.

“Nos momentos de escuridão e grande tribulação, é preciso ficar calado, ter a coragem de calar”, sustentou.

O Papa falou num combate com o “demónio”, que surge com maior força quando a Igreja Católica parece estar “mais frágil, mais humilhada”.

“Será necessário resistir-lhe em silêncio, conservando a posição, mas com a mesma atitude de Jesus”, apontou.

Ele sabe que a guerra é entre Deus e o príncipe deste mundo, e não se trata de empunhar a espada, mas de permanecer calmo, firme na fé. É a hora de Deus. E, na hora em que Deus entra na batalha, é preciso deixá-lo agir”.

A celebração contou com a presença de jovens de Roma e outras dioceses, por ocasião da celebração do XXXIV Dia Mundial da Juventude.

Francisco recordou, neste dia, os “inúmeros santos e santas jovens” que a Igreja Católica conheceu, na sua história.

“Queridos jovens, não vos envergonheis de manifestar o vosso entusiasmo por Jesus, gritar que Ele vive, que é a vossa vida. Mas, ao mesmo tempo não tenhais medo de O seguir pelo caminho da cruz. E, quando sentirdes que vos pede para renunciardes a vós mesmos, para vos despojardes das próprias seguranças confiando-vos completamente ao Pai que está nos céus, então alegrai-vos e exultai! Encontrais-vos no caminho do Reino de Deus”, apelou.

A decoração da Praça de São Pedro para este dia foi feita com milhares de plantas aromáticas, flores, ramos de oliveira e os tradicionais ‘palmurelli’, folhas de palmeira entrançadas.

O Papa optou por usar nesta cerimónia a férula (o corresponde ao báculo papal, que é encimado por uma cruz) em madeira de oliveira, feita em Belém.

G.I./Ecclesia:OC

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