Frei Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, recordou todos quantos hoje são «humilhados, reduzidos a objetos, privados de toda dignidade humana».
O Papa presidiu nesta tarde de Sexta-feira Santa à celebração da Paixão e Morte do Senhor, que teve presente de modo especial todos os “descartados” da sociedade.
Perante uma Basílica de São Pedro cheia de fiéis mas despida de todo e qualquer adorno, como é tradicional neste dia, a pregação esteve a cargo do frei Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia.
O religioso capuchinho recordou que Jesus Crucificado é o protótipo de “todos os rejeitados” da terra, que começou a vida como um “sem-abrigo” em Belém, onde nasceu numa manjedoura, e a terminou envolto em dor e sofrimento.
Um memorial que remete para “as intermináveis fileiras de homens e mulheres” que hoje são “humilhados, reduzidos a objeto, privados de toda dignidade humana”, apontou.
“Mas, o significado mais profundo da Paixão e Morte de Cristo”, salientou aquele pregador, “não é o social, mas o espiritual”, pois a morte de Jesus “redimiu o mundo do pecado”.
Para o frei Raniero Cantalamessa, com a sua entrega Jesus restituiu à humanidade a sua dignidade e esperança, e em especial aos mais desfavorecidos, às periferias da sociedade.
A Páscoa é a festa da reviravolta desejada por Deus e realizada por Cristo para a humanidade. É a festa dos pobres, excluídos e escravos na nossa sociedade”, frisou o religioso capuchinho, que sublinhou a mensagem forte que esta festa traz também para “os poderosos” deste tempo.
Uma mensagem também “de amor e salvação, não de ódio ou vingança, porque, afinal, eles também terão o mesmo destino de todos: fracos e poderosos, indefesos e tiranos, todos estão sujeitos à mesma lei e aos mesmos limites humanos: a morte”, apontou aquele responsável.
A Igreja Católica evoca hoje, Sexta-feira Santa, a morte de Jesus, num dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.
Mais tarde, a partir das 21h15 (menos uma hora em Lisboa), o Papa Francisco presidirá à Via-Sacra no Coliseu de Roma.
G.I./Ecclesia:JCP