Responsáveis pela pastoral a pessoas com deficiência lembram que a Jornada Mundial da Juventude é “para todos os jovens”.
O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência quer que sejam criadas as condições para a participação “de todos os jovens” na próxima Jornada Mundial da Juventude e que a Secretaria de Estado para a Inclusão faça parte da organização.
“As jornadas são para os jovens; não diz lá que são para os jovens com deficiência física, intelectual ou sem deficiência. Então vamos procurar que seja a maior participação possível dos jovens”, afirmou à Agência ECCLESIA Jorge Novo, diretor do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Diocese de Bragança-Miranda.
O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Diocese de Bragança-Miranda promove hoje as II Jornadas da Pastoral da Pessoa com Deficiência, onde os responsáveis lançaram o repto para a inclusão de “todos os jovens” na JMJ de 2022, em Lisboa.
A diretora do Serviço Nacional da Pastoral a Pessoas com Deficiência, Isabel Vale, notou que na equipa organizadora do evento, por parte das entidades públicas, não está integrada a Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, desafiando para essa retificação.
“Lancei esse desafio ao presidente do Instituto de Reinserção Social, porque estão designados vários responsáveis políticos para esta organização e parece-nos essencial que a secretária de Estado para a Inclusão possa participar para colocar todos os problemas que se podem colocar para a participação de todos os jovens com deficiência”, afirma Isabel Vale.
A responsável lembra a “abertura manifestada” para o acolhimento das jornadas e diz que esse entusiasmo se deve estender “à inclusão e à garantia dos direitos das pessoas com deficiência até ao limite do possível”.
Jorge Novo fala em condições “organizacionais”, nomeadamente arranjar espaços para pernoitar, para refeições e para deslocações.
“São pessoas em cadeiras de rodas, precisam de ajuda para transportes e de condições para tornar atrativa e possível de concretizar a sua participação”, assinala.
As II Jornadas, organizadas pelo serviço diocesano, manifestaram a articulação do trabalho em rede entre as respostas eclesiais e as preocupações civis, nomeadamente um plano que envolve transportes públicos, acessibilidades, espaços públicos pensados para a pessoa com deficiência.
“Ficamos muito felizes que Bragança tenha já este plano em ação, em conjunto com o serviço pastoral”, assinala o responsável, “fruto de um trabalho em rede com mais de 12 IPSS que se dedicam exclusivamente à pessoa com deficiência”.
Isabel Vale assinala que a equipa do Serviço Pastoral na Diocese de Bragança-Miranda foi a “primeira a ser nomeada”, sendo também a mais jovem, “muito dinâmica e articulada com as paróquias e as instituições da área”.
“Foi a primeira diocese que fez uma formação específica junto dos párocos”, indica a responsável nacional.
Um trabalho, realizado pelo padre Tiago Alves, que durante “quatro manhãs” esteve junto dos sacerdotes auscultando e falando dos desafios que este serviço de pastoral compreende.
“Durante quatro manhãs pude conversar e testemunhar que os padres não ouvem falar destas preocupações”, assinala à Agência ECCLESIA.
O primeiro desafio é, por isso, “a abertura maior à consciência da pessoa com deficiência”, indica.
O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência de Bragança-Miranda realizou ainda um “levantamento da pastoral diocesano sobre as acessibilidades e são raras as paróquias que apresentam formas de integração”, informa o assistente espiritual.
Jorge Novo afirma estar ao alcance de “toda a sociedade” torná-la mais inclusiva.
“Não podemos admitir que haja pessoas que não são consideradas, que não possam vivenciar ou concretizar o seu projeto de vida”, finaliza.
G.I./Ecclesia:LS