Organizações assinaram declaração comum, em Macau.
As Santas Casas das Misericórdias pretendem “reforçar o papel de diálogo com os Estados”, segundo 11 princípios que vão orientar a atividade destas instituições nos próximos 10 anos, aprovados no congresso internacional em Macau.
Na ‘Declaração de Macau’, enviada hoje à Agência ECCLESIA, lê-se que a Confederação Internacional das Misericórdias pretende “reforçar o seu papel no diálogo com os Estados” para que existam “sociedades mais coesas e mais inclusivas”.
As instituições, reunidas em congresso internacional, informam, por exemplo, que querem cooperar com os Estados no “desenvolvimento de novas gerações de políticas sociais”, em especial as que representam o envelhecimento, bem como “assumir” o papel de parceiros ativos “nas políticas de saúde, educação, património, habitação e proteção social na colaboração com os Estados”.
No documento, as Misericórdias assumem os objetivos de “fomentar o diálogo cultural e inter-religioso”, para “mais elevados níveis de integração e inclusão social” e promover a “valorização da família como célula social indispensável à sociedade”.
A ‘Declaração de Macau’ foi aprovada no 12.º congresso internacional da Confederação Internacional das Misericórdias, que tem como tema ‘O Papel das Políticas Sociais e de Saúde na Proteção à Infância, Juventude e Envelhecimento’.
Em Macau, Região Administrativa Especial da República Popular da China, estão mais de 200 Santas Casas de diversos países, como Portugal, Brasil, Itália, França, São Tomé e Príncipe e Moçambique.
Numa mensagem vídeo, o secretário-geral das Nações Unidas destacou o “compromisso” de homens e mulheres que “em nome da fraternidade universal, anunciam e praticam as Obras de Misericórdia”, há mais de cinco séculos.
“A Estrela de sete pontas e rosa de sete pétalas da vossa bandeira, como símbolo das sete obras espirituais e corporais, vos inspirem e fortaleçam na nobre e necessária missão de levar ao mundo a fraternidade e a paz”, disse António Guterres.
A ‘Declaração de Macau’ vai ser enviada para o Papa Francisco, para o secretário-geral da ONU e também para presidentes da República, primeiros-ministros e autoridades religiosas.
O presidente da Confederação Internacional das Misericórdias assinalou a importância e significado do congresso realizar-se na Região Administrativa Especial da China num momento “tão decisivo” para as sociedades: “Para o desenvolvimento e para a paz, em que, sobretudo, importa conciliar os enormes saltos tecnológicos com a perenidade dos valores, a solidariedade e o diálogo inter-religioso”.
O português Manuel Lemos disse que as Misericórdias podem e devem “ser o braço social” da “nova Rota da Seda”, o projeto ‘Uma Faixa, Uma Rota’ anunciado pelo presidente da República Popular da China, Xi Jinping, divulga o jornal ‘Tribuna de Macau’.
O evento de dois dias, que terminou hoje, inseriu-se nas comemorações dos 450 anos da Santa Casa de Misericórdia de Macau ; foi anunciado que o Estado brasileiro de São Paulo vai receber o próximo congresso da Confederação Internacional das Misericórdias, em 2022.
G.I./Ecclesia:CB/OC